Cada dia mais o crime adota crianças em seus braços marginais

EDITORIAL -

Data 07/08/2019
Horário 04:02

É difícil de entender o porquê de as pessoas preferirem viver em um mundo de erros e perigo, colocando em risco a própria vida, além da dos outros. Roubos, furtos, homicídios, são noticiados diariamente em todos os lugares. Em todo o país. Droga então nem se fala. E é triste demais ver cada vez mais crianças e adolescentes recrutados pelo crime. Abraçados pela marginalidade! Pode até ser que a grande maioria dos envolvidos nesse tipo de atividade ilícita se concentra em bairros periféricos, no seio de famílias menos favorecidas, sem base estrutural familiar nenhuma. Mas existe outra parcela concentrada em lugares nobres, até de famílias bem sucedidas, com filhos estudados, onde os mesmos tipos de transgressões acontecem.

Lamentavelmente, na edição de ontem deste diário, trouxemos a apreensão em flagrante de dois adolescentes, de 15 e 17 anos, moradores de Ponta Porã (MS), transportando absurdamente 205,3 kg (quilos) de maconha, divididos em 227 tabletes no porta-malas de um carro constatado como produto de roubo em Curitiba (PR), em abril deste ano. Será que os pais desses jovens sabem o que ambos estavam fazendo? Onde estavam? Pode ser que sim, mas também pode ser que não.

É papel dos pais educar, ensinar os bons caminhos que os filhos devem seguir. Enquanto são “crianças”, pode até ser que consigam, mas depois de certa idade, ainda que menores, estes mesmos pais não têm mais controle sobre sua prole. E vice-versa! Muitas vezes têm filhos que fazem papel de pais.

Na semana passada, populares puderam presenciar uma triste situação quando cinco mulheres foram pegas furtando um estabelecimento atacadista em Presidente Prudente. Quatro delas foram reconhecidas por crimes anteriores semelhantes. O mais revoltante é que uma delas estava com uma bebê, sua filha de apenas 5 meses em seus braços. Ela teve a possibilidade de prisão domiciliar afastada por cometer o crime contra própria filha, ao expô-la ao vexame. A criança foi acolhida pelo Conselho Tutelar, que providenciou a entrega à avó. Se dentre os vários “deveres” que uma mãe ou pai têm, um deles é se colocar à frente de seu filho para protegê-lo a qualquer custo, o que dizer de uma mãe dessas?

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