Cadê a Mensagem de Jesus para o Natal?

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista à moda antiga na era digital

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 05/12/2021
Horário 06:00

Mais uma vez o Papai Noel é o dono da festa e quase não se fala do aniversariante do dia 25: Jesus Cristo. Só dá Papai Noel na tevê, no rádio e no jornal. E Jesus? Evidente que não é de bom tom colocar  Jesus como garoto-propaganda nos comerciais, mas seria interessante encontrar uma brecha para inserir ensinamentos do Mestre nos anúncios.
Por que não? Primeiro Jesus Cristo, em segundo plano o bom velhinho, quase sempre manipulado por maus velhinhos. Acho isso da maior gravidade, ou seja, omitir ensinamentos de Jesus Cristo nos comerciais. Que se fale do Mestre de um jeito elegante e respeitoso. Deixa Papai Noel como mascate, o cara que vende o "peixe". A estrela é Jesus Cristo. Mais Jesus e menos Papai Noel.
Bem, até que enfim o Natal bate à porta e isso é muito bom. Nasceu o Deus Menino, diz um trecho da letra da canção “Jingle Bells” em sua versão brasileira.
Pois é, o cronista lembra que “Jingle Bells” é a mais famosa música natalina já composta. O autor é o organista e pastor americano, James Lord Pierpont. Ele compôs a canção em 1857. Pierpont morava na cidade de Savannah, na Geórgia (EUA).
Não se chamava “Jingle Bells”. O título original era “Cavalos Puxam o Trenó” (traduzido, claro, pois não me lembro da grafia em inglês). A letra, no entanto, tem a expressão Jingle Bells, que significa Batem os Sinos em bom português. 
O compositor percebeu que o refrão "jingle bells, jingle bells" havia caído no gosto das crianças e, por causa disso, trocou o título original por apenas "Jingle Bells". Acertou na mosca e em outros insetos. No começo, milhões de pessoas cantaram a música em todo o mundo. Hoje são bilhões.
Parece que Pierpont não ganhou dinheiro com “Jingle Bells” e, hoje, a música é de domínio público. É triste lembrar, mas informo que o autor de uma das músicas mais famosas de todos os tempos passou à História como um fracassado. O consolo é o sucesso, digamos, póstumo de “Jingle Bells”, que certamente enriqueceu vigaristas de gravadoras e  controladores de direitos autorais.
Ele se alistou como capelão na Guerra Civil Americana, mas ficou por pouco tempo por não ter suportado os horrores do conflito. Depois, Pierpont foi ser professor e acumulou mais um fracasso.
Foi afastado da escola por ser, digamos, muito bonzinho com os alunos, principalmente com aqueles que precisavam de uma "forcinha" para passar de ano. 
Na sequência da existência, ele tentou ganhar a vida como advogado. De novo, outro fracasso. Pierpont ajudava os mais pobres, cobrando honorários considerados insignificantes. Com tantos fracassos acumulados, ele não teve outra alternativa a não ser voltar a tocar órgão na igreja e, claro, executando “Jingle Bells”.
Mas o Natal está aí, com “Jingle Bells” e outras canções notáveis alusivas à "festa máxima da cristandade".
 O Espadachim também tem a sua mensagem de Natal a seus inúmeros fãs: cuidado com a ressaca no dia seguinte, pois, se abusarem das águas que pintassilgo e sanhaço não bebem, vocês ajudarão a enriquecer ainda mais os fabricantes do Epocler e do Engov. Prefiro um chá de Boldo do Chile e de outros países.

DROPS

Felicidade é brinquedo que Papai Noel não tem.
(Assis Valente, em Boas Festas)

É Natal na casa do rico e do pobre.
(John Lennon)

Todo dia é dia de Natal.

Mudaria o Natal ou mudei eu?
(Machado de Assis, ao "relembrar os dias de pequeno" no Soneto de Natal)

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