Câmara instaura CPI para apurar denúncias contra empresa de transporte coletivo

Investigação também verificará se houve omissão por parte da Semob na fiscalização do serviço; Prefeitura e empresa defendem que contrato está sendo devidamente atendido

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 16/05/2023
Horário 16:03
Foto: Arquivo
Serviço de transporte coletivo será alvo de investigação pela Câmara Municipal
Serviço de transporte coletivo será alvo de investigação pela Câmara Municipal

A Câmara Municipal de Presidente Prudente instaurou, durante a sessão ordinária desta segunda-feira, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com o objetivo de apurar denúncias recebidas pelos vereadores em relação à SOU (Sistema de Ônibus Urbano) e verificar se houve omissão por parte da Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública) na fiscalização do serviço.

Por meio da investigação, o grupo poderá realizar visitas in loco e vistorias, colher depoimentos e requerer documentos oficiais da concessionária e do poder público municipal.

Diferentemente do que ocorria antes, não houve votação nominal para aprovação do requerimento, uma vez que o Legislativo passou a seguir o entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de que bastam as assinaturas de 1/3 dos membros da casa para que uma CPI se instale. No presente caso, o pedido foi assinado pelos vereadores Demerson Dias (PSB); Enio Luiz Tenório Perrone (União Brasil); José Alves da Silva Junior, Professor Negativo (Pode); Mauro Marques das Neves (Pode); e Miriam Brandão (Patriota).

A comissão será composta por três membros, sendo que os líderes partidários deverão indicar seus representantes até a próxima segunda-feira. Se houver mais de três indicações, a composição do grupo se dará por sorteio.

O que alegam

Conforme o requerimento, chegou ao conhecimento dos vereadores, por meio do Sintrattepp (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região), que, em assembleia sindical com os motoristas e cobradores de ônibus da empresa SOU, o sindicato foi alertado pelos funcionários sobre o “não pagamento das horas extras referentes ao trabalho realizado no Natal do ano passado, Ano-novo e feriados”.

Também foram consideradas para o pedido as “inúmeras reclamações diárias” que chegam aos parlamentares, bem como nas redes sociais, de usuários descontentes com o serviço, com destaque para “veículos velhos e danificados, atrasos, falta de equipamentos, espaços de tempo muito longos entre uma viagem e outra, ar-condicionado com problema etc.”.

O documento enfatiza ainda que, conforme denúncia, a SOU não possui escritório na cidade, tendo apenas um representante no município, e que já se passaram mais de 150 dias sem que se tenha notícia de que a concessionária apresentou projeto de readequação das linhas e horários, incluindo a utilização dos terminais urbanos, conforme previsto no contrato celebrado entre a Prefeitura e a SOU. O prazo máximo para isso é de 180 dias.

Prefeitura contrapõe

Em nota, a Prefeitura de Prudente informa que “sempre esteve à disposição da Câmara Municipal e, sempre solicitada, apresentou todas as informações relativas ao contrato com a SOU”. Ressalta que o período de 180 dias para apresentação da proposta de adequação do sistema termina somente em junho e que, até o momento, a empresa está atuando dentro dos prazos estabelecidos, inclusive com cronograma de trabalhos. 

Segundo a administração, a concessionária, que atua em Prudente desde dezembro de 2021, inicialmente em contrato emergencial, “trouxe para a cidade uma frota totalmente renovada, com idade média de quatro anos, veículos com ar-condicionado e internet sem fio”. “A empresa substituiu a antiga prestadora de serviços que, por seguidas vezes, deixou de atender aos usuários em razão da greve dos funcionários, por conta do atraso no pagamento dos salários”, expõe.

A municipalidade pontua que a equipe de fiscais da Semob realiza acompanhamento diário no serviço e faz inspeções periódicas na empresa e, ao constatar quaisquer irregularidades, dispõe de instrumentos legais para cobrar a imediata resolução dos problemas.

Empresa se defende

Também por meio de nota, a SOU diz compreender que a Câmara tem a prerrogativa de questionar quaisquer serviços prestados ao município e que a empresa, por sua vez, “vem atendendo a população conforme contrato firmado com a Prefeitura”.

Sobre possíveis atrasos, comunica que podem ocorrer eventualmente, dependendo do fluxo de veículos nas vias e trânsito da cidade. Referente a ar-condicionado, destaca que todos os veículos passam por revisão e manutenção periódica e saem para circulação em funcionamento. Em caso de problemas durante o trajeto, o veículo é enviado para reparos.

“Vale ressaltar ainda que os salários e demais benefícios dos trabalhadores estão todos rigorosamente em dia e que todos os itens do contrato estão sendo atendidos, dentro dos prazos estipulados. Além disso, contamos com guichê de atendimento que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, no Terminal Urbano”, acentua.

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