Ter o privilégio de poder curtir um bom blues e junto com o rock mergulhar no bom gosto da música, não é tão comum assim hoje em dia. "É cada vez mais restrito encontrar músicos do gênero em meio à grande mídia de vários estilos musicais. E pensar que houve um tempo em que era normal prestigiar canções de boa qualidade e com maior facilidade". É o que expressa o músico, guitarrista carioca, Carlos Café, 53 anos, que se apresenta neste sábado, a partir das 16h, na Área de Convivência do Sesc Thermas. A entrada é franca.
Pela primeira vez em Presidente Prudente, o guitarrista conta que fará um
show com as músicas do seu segundo CD solo, intitulado "Bagagem Código Blues". De acordo com ele, o título remete de fato à bagagem, tanto de sua vida, quanto de musicalidade.
No palco, o músico é acompanhado pela banda Expresso Blues, com Pedro Leão no baixo; Rui Lessa, na bateria; e Fafá, no teclado. Segundo ele, em cerca de três décadas, percorreu por variados estilos, mas o blues pulsou mais forte em sua veia, sem dúvida alguma. Seu primeiro solo foi o "Carlos Café e os Mestres do Blues", lançado em 2009, e aclamado pela crítica especializada. Neste, lançado no final do ano passado, "Bagagem Código Blues", ele fala que além de oito canções autorais, traz três releituras Bluesman (BB King); Blackjack (Ray Charles) e um arranjo instrumental diferente de "Faltando um Pedaço", de Djavan. As próprias do músico são: "Blues pro Raul", uma homenagem ao seu grande ídolo; "Santo Graal"; "Noite Fria"; "Vivendo e Aprendendo"; "Happy Blues" (instrumental); "Eu Sonhei"; "Canto o Meu Blues"; e "Dedo no Olho Não Vale".
Para ele, foi simplesmente demais contar com a participação de músicos importantes na gravação do CD, como: Guto Goffi (Barão Vermelho), Renato Rocha e Fábio Brasil (Detonautas), Pedro Peres, Luciano Lopes, Pedro Leão e Fafá. "Eu já vinha trabalhando essas músicas antes de lançar o disco no ano passado. Espero que o público prudentino goste. Não é música para dançar, na verdade o blues é um mergulho nos sentidos da vida. É dar continuidade para manter a sensibilidade dos sentimentos", expõe.
Café conta que com este
show já esteve em Piracicaba (SP), Catanduva (SP), Campinas (SP), São José dos Campos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e até no Paraná. "Queremos percorrer todo o Estado de São Paulo, pois tem um público bastante educado que valoriza a boa música. Todos as cidades paulistas que passamos fomos muito bem recebidos", exclama.
Um pouco sobre o cantor
Em cerca de três décadas, Carlos Café já transitou por variados estilos. Porém, foi nos anos de 1990, que o blues pulsou mais forte em sua veia e quando passou a se dedicar quase que integralmente. Considerado um músico das antigas, ele foi do blues para o rock e depois para o fusion, se sofisticando nessas vertentes. O disco "From The Cradle", de Eric Clapton, lançado em 1994, foi o que deu a guinada que precisava para sentir que a pegada do blues era o que te fascinava. "Isso porque assim como ele trocou várias vezes de estilo eu também. E neste álbum dele, revistou as origens verdadeiras do blues. Foi demais", revela.
Em pouco tempo, nasceu o primeiro disco solo do artista "Carlos Café e os Mestres do Blues". Cantando, aos poucos foi tomando gosto pelo canto. "Nada como anos de estrada bem aproveitados para engordar a bagagem musical. Meu primeiro CD foi um tributo às minhas raízes. Fiz várias releituras de clássicos e quatro composições homenageando meus mestres", lembra. E comenta que o legal do disco é que soa um blues das melhores referências com salpicadas de novos temperos.
"Posso afirmar que esse disco é o encontro do blues com várias influências distintas e o mergulho no bom gosto. Essa é a vibe que paira pelas músicas. E assim fica fácil deixar que o coração explique o que a música bem feita pode causar em cada um que a ouve", conclui.