O bispo diocesano dom Benedito Gonçalves dos Santos consagrou 26 litros de óleo de oliva na Missa dos Santos Óleos, ontem à noite, na Catedral de São Sebastião, em Presidente Prudente. Os óleos são distribuídos às paróquias pertencentes à diocese, para serem utilizadas nos ritos de batismo, crisma e unção dos enfermos. São oito litros de óleo para cada tipo de cerimonial. De acordo com o padre José Altino Brambilla Osb, mestre de cerimônia e pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Prudente, o óleo usado ao longo do ano nos sacramentos tem que ser benzido na semana da Páscoa. A celebração é realizada anualmente e promove o encontro de 60 párocos da região para a consagração do óleo e a renovação dos votos de obediência e comunhão com a igreja e a comunidade. "É um grande encontro de comunhão", comenta.

A tradicional Missa dos Santos Óleos foi celebrada na noite de ontem na catedral

Além dos padres, a missa também reúne inúmeros fiéis. "É uma missa um pouco mais longa, com cerca de duas horas de duração e a igreja sempre fica cheia", comenta o padre. Segundo o bispo dom Benedito, tradicionalmente, cerca de 2 mil pessoas chegam a ocupar a catedral. "É um rito muito significativo, a famosa missa da unidade, uma vez em que o bispo se junta com os sacerdotes e com os fiéis para adoração a Deus", destaca.

Ainda de acordo com o religioso, a celebração, que faz parte das cerimônias da Semana Santa, remete a Jesus reunido com seus discípulos antes de ser detido e julgado à crucificação. "Renovamos o compromisso com Cristo, e também é um momento de reflexão e de gratidão da comunidade pelos serviços do sacerdócio", acrescenta.

 

Simbologia

O óleo é muito usado como sinal de bênção divina. Segundo o Dicionário de Símbolos, na Crisma, as pessoas ungidas com esse óleo - misturado com bálsamo - representam os escolhidos, que são aqueles que confirmam seu desejo de viver uma vida baseada na fé. Esse óleo, cuja cor é branca, é também utilizado nas ordenações dos diáconos e dos sacerdotes.

No batismo, o óleo propicia a purificação, a libertação do mal. Sua cor é o vermelho. Na unção dos enfermos, o óleo é um auxílio para os doentes que os tornam capazes de suportar a dor.

"Em Israel, os reis acreditam que a unção com óleo era responsável pela atribuição de autoridade, poder e glória conferida a eles por Deus. Em virtude disso, esse líquido garante a presença divina, uma vez que é também um símbolo do Espírito Santo. Assim, era intocável aquele que recebesse a unção, do que decorre o fato de Jesus ser chamado de ‘O Ungido’", expõe o dicionário.