Cenário é de equipamentos lotados e "lixões"

Caçambas tomadas pelas chamas, em um cenário de destruição envolvendo restos de resíduos e a lataria do equipamento completamente danificada. Essa imagem, que poderia muito bem ter saído de qualquer filme sobre um futuro distópico, circulou pelas redes sociais dos prudentinos na manhã de ontem, após vândalos atearem fogo nos equipamentos. Isso porque a situação permanece sem novidades, e o incômodo cresce exponencialmente.

O fato ocorreu na Rodovia Júlio Budiski (SP-501), nas proximidades da estação de tratamento de esgoto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em quatro caçambas que são disponibilizadas aos moradores para o descarte do lixo produzido na área. O pecuarista Natal Cazarotti, 63 anos, morador das imediações, afirma que a lotação dos equipamentos pode ter justificado a ação. “O lixo acumulado traz muito incômodo. Já era possível sentir o mau cheiro”, pontua.

Na manhã de terça-feira, a reportagem seguiu um caminhão que, no final do trajeto, descarregou uma caçamba em uma área localizada no cruzamento das ruas Avelino Santos e João Botosso, no Jardim Barcelona, onde uma pilha de rejeitos é acumulada. Questionada sobre a regularidade do espaço, a Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação) informa que a Coordenadoria de Fiscalização enviou um fiscal do setor para vistoria. “O funcionário trará um acervo fotográfico para identificar o local correto e, caso seja particular, o proprietário será notificado para sanar a irregularidade”, completa.

Enquanto isso, no Parque dos Pinheiros, em Álvares Machado, nem mesmo uma placa advertindo ser proibido jogar lixo impede a disposição inadequada de resíduos nas laterais da Avenida Castro Alves, conforme constatado pela reportagem. Em contrapartida, algumas das caçambas que ainda não foram transportadas continuam abarrotadas de entulhos nos bairros do município.

Fotos compartilhadas pelo presidente do bairro Terras de Imoplan, Fabiano Martins, mostram uma caçamba transbordante de entulhos e lixo doméstico na entrada da localidade. Já no Jardim Santa Clara, o material acumulado aguarda destinação há 15 dias. O equipamento estacionado na Rua Yoshiko Akamino, na altura do número 495, foi solicitado para a reforma de um açougue nas proximidades, no entanto, a obra já terminou e o dispositivo ali permanece.

O auxiliar administrativo do estabelecimento, Gabriel Francisco da Silva, relata que o proprietário pediu a remoção, mas a medida ainda não ocorreu em virtude do fechamento do vazadouro para este fim. Ele acredita que as consequências disso são “preocupantes”, posto que as chuvas podem favorecer o acúmulo de água dentro da caçamba e contribuir para a proliferação de larvas do Aedes aegypti. “Infelizmente, não há o que fazer, pois onde o caçambeiro vai depositar os entulhos se não tem local para isso?”, questiona.

Um fusca parado ao lado da referida caçamba ressalta a necessidade da retirada do equipamento: os entulhos alcançam a mesma altura do teto do veículo. Situação semelhante é a de uma caçamba instalada na Rua Jair Correia de Souza, na altura do número 122, no Sítio São Pedro, onde mosquitos já cercam os entulhos nela acumulados. A dona do imóvel não estava no local, mas seu neto atendeu a reportagem e informou que a família tenta deslocar o dispositivo há três semanas. “O caçambeiro alegou que não tem lugar aonde levar o lixo”, expõe.

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