Charanga Domingueira de 18-05-2014

De histórico ficou o primeiro gol da seleção marcado por Preguinho. O Uruguai foi o campeão vencendo a Argentina (4 a 2) na final.

Esportes - Flávio Araújo

Data 18/05/2014
Horário 08:54
 

Brasil mostra-se ao mundo na terceira Copa

 

Sigo o tema iniciado e interrompido pelos desígnios do Mais Alto a quem rendo graças perenes. A Copa do Mundo de 1930 cumpriu o desejo da Fifa e acima de tudo de um homem: Jules Rimet. O Uruguai foi o escolhido por ter vencido de forma brilhante o futebol das duas Olimpíadas anteriores, 1924 e 1928. Como a Europa ainda recolhida os cacos da 2ª Guerra Mundial, que matara entre 55 e 70 milhões de pessoas, é natural que poucos países se atravessem – quatro – à travessia do Atlântico.

Os tempos de Cabral iam longe. Assim, a disputa ficou mesmo para os americanos – nove – e o Brasil pouco fez. Perdeu da Iugoslávia por 2 a 1 e mesmo fazendo 4 a 0 na Bolívia arrumou a mala. De histórico ficou o primeiro gol da seleção marcado por Preguinho. O Uruguai foi o campeão vencendo a Argentina (4 a 2) na final.

Também não progredimos na 2ª Copa do Mundo disputada na Itália. Pior ainda, depois de 15 dias num barco chegamos à Gênova, desembarcamos, perdemos para a Espanha e acabou-se a estória. Na derrota por 3 a 1 ficou o gol de Leônidas como marca principal e nas desavenças entre CBD e duas entidades paulistas fomos representados por um combinado carioca. A Itália foi campeã já impulsionada pela política de Mussolini e pelos seus oriundi. Três deles eram argentinos que jogaram a Copa anterior pelo seu país natal: Guaita, Monti e Orsi. Havia até um brasileiro, Filó, que se contundiu depois da primeira partida.

Já na Copa de 1938 o Brasil mostrou-se ao mundo. Com Leônidas da Silva consagrando-se como seu artilheiro máximo. O Brasil, depois da travessia de navio correu a França se seca à meca por ferrovias, venceu Polônia, Tchecoslováquia e caiu diante da Itália na semifinal por 2 a 1 através do sempre contestado penal de Domingos da Guia em Piola. Com o profissionalismo já imperando foi possível formar-se um arremedo de seleção brasileira já que os cariocas continuaram predominando tanto entre atletas como na parte diretiva.

A Copa de 1938 teve como ponto de destaque a presença pela primeira vez do rádio brasileiro, que nunca mais se ausentou. Gagliano Neto, locutor paulista que atuava no Rio, comandou uma cadeia com emissoras das duas maiores cidades do país e mais a Rádio Clube de Santos. Houve confusão no Rio de Janeiro quando o locutor anunciou que o jogo diante da Itália poderia ser anulado, notícia depois desmentida. A Itália ganhou seu bi e a partir desse Mundial a guerra escureceu o planeta e a Copa do Mundo só voltaria a unir o futebol em 1950, no Brasil, em sua quarta disputa.

 

 

Flávio Araújo é jornalista e radialista prudentino, escreve aos domingos neste espaço
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