PRUDENTE CENTENÁRIA, BELA E MULHER

Nossa cidade vai completar 100 anos! Difícil acreditar numa Prudente centenária. O tempo passa, já dizia nosso saudoso Fiori. Passou para mim, para vocês e para nossa cidade. Mas, vida que segue enquanto Deus quiser. Prudente bela e radiosa que pude rever esta semana com a juventude espargindo de meus velhos olhos pelo muito que ela exibe de progresso e simpatia. Cresceu, cresceu demais essa menina, orgulho dessa gente prudentina, como cantou o poeta Cesar Cava e que mais constato nestes dias que antecedem o centenário. Em Prudente vivi minha rósea juventude e aqui desfrutei com alegria e felicidade de meus verdes anos. Hoje a revejo como a cidade que sempre amei. Como Fernando Pessoa, sei que o Tejo não é o rio que passa por minha cidade. Nem rio nenhum passa por aqui.  Mas, sei que tudo o que nela está é mais lindo que o Tejo ou o Amazonas simplesmente porque nela está. Minha visita à minha Prudente coincidiu com o dia consagrado à mulher. Está errado. Das mulheres são todos os dias. Assim como não há mar sem rio, trigo sem semente e pássaro sem plumas, o mundo não existiria sem a mulher. Seria como lágrimas sem olhos, lábios sem sorrisos ou vida sem amor. O mundo não existiria se a mulher não existisse. É assim que vejo a minha Prudente. Como a mãe que me agasalhou e que embalou meus sonhos de menino há tantas décadas que já nem me lembro quando. Prudente, sempre que me sinto desamparado, representa minha companheira amada que viajou para o Alto, mas continua comigo. Representa a minha Tereza de Calcutá, a mãe dos pobres, para buscar um exemplo que todos conhecem. Representa dona Zilda Arns, a nossa Tereza. Representa minha companheira que me fez voluntário em tantas entidades que me dividi em muitos e isso só aumentou o amor que sinto pelo meu próximo. Que são todos vocês que me leem. Quando dos 50 anos de Prudente, em 1967, consegui da direção da Rádio Bandeirantes a concessão de espaço exclusivo para um programa em homenagem a Prudente. Agora o farei pelas páginas de O Imparcial, símbolo da cidade. E não esqueçam que estou caminhando em paralelo com a mesma e com o jornal. Pelo menos na idade. Deus permitirá que eu aqui esteja no 14 de setembro que aí vem. Há de ser assim para minha alegria e pelo amor que tenho pela terra onde nasci num ranchinho humilde ali defronte ao atual Seminário numa plantação de café cuidada por meu pai e meu avô materno. O Imparcial é a palavra do centenário. Por ele estarei com vocês e inserido nesses 100 anos, muitos dos quais acompanhei em preto e branco e depois em cores.

Flávio Araújo, jornalista e radialista prudentino escreve aos domingos neste espaço.