ChatGPT: nossa inteligência vai involuir?

OPINIÃO - Jair Rodrigues Garcia Júnior

Data 28/01/2023
Horário 05:00

Ainda não é a Skynet, mas há de se pensar em suas consequências ainda neste século XXI. O computador está assumindo cada vez mais funções do ser humano e o relegando a um mero digitador de comandos simples, que pouco exigem da inteligência. Seria a contradição da evolução que provoca involução?
Os estudos de inteligência artificial iniciaram com os primeiros computadores no final dos anos 1940, tendo como um dos precursores o matemático inglês Alan Turing. E muito se evoluiu desde então, havendo hoje sistemas que “aprendem” (aprendizado de máquina) processando as informações num modelo de redes neurais profundas, como o cérebro humano (ou quase).
O computador Deep Blue venceu um campeão mundial de xadrez em 1996. Os algoritmos do Google e das redes sociais “aprendem” o que gostamos e nos fornecem conteúdo relacionadoilimitado. Hoje conversamos frequentemente com assistentes virtuais (chatbot) no 0800 das empresas, que têm até nomes ou apelidos simpáticos de humanos. 
Enquanto alguns especialistas defendem que todos aprendam a terceira língua (a segunda é o inglês), que seriam os códigos de programação de computador, outros especialistas estão preocupados com a alfabetização das crianças, com a onipresença dos teclados de computadores e telas touchscreen (movimentos dos dedinhos “norte-sul” e “leste-oeste”). 
O desenvolvimento cognitivo está relacionado à capacidade de comunicação, sendo necessária a estimulação progressivadas funções superiores do sistema nervoso. O ChatGPT é a inteligência artificial da vez (1 mi de usuários em cinco dias), pois elabora textos (livros, ensaios, monografias, teses, etc) com o mínimo de informações e comandos. 
Caminhamos para a condição de mínima necessidade de apropriação de novas informações, uso da memória, análise e síntese, ou seja, uso mínimo da “inteligência humana”. Sob a vigência da Lei do Mínimo Esforço e salvo exceções, a humanidade está em processo de involução cognitiva. É também de se pensar se essa “produção artificial” de textos se caracteriza como plágio (uso de texto de “outro autor”) ou até como crime de falsidade ideológica.
Em tempo, nos filmes da franquia “Exterminador do Futuro”, a Skynet é a inteligência artificial que se torna autoconsciente, assume o controle de todos os sistemas e provoca o holocausto nuclear para exterminar quem pretende desativá-la, os humanos.
 

Publicidade

Veja também