Você já se imaginou treinando ciclismo no escuro? Pois bem, é esta situação que os alunos do Projeto Social Nelson Ricardo Cardoso Pelozi estão vivenciando em Presidente Prudente. Com aproximadamente 27 crianças, os treinadores aguardam uma promessa feita pela administração municipal há um ano e meio: a instalação da iluminação na pista de ciclismo do Centro Olímpico. Comprometimento que, até o momento, segundo Éber Boscoli, professor do projeto, “ficou na promessa”.
O projeto social existe desde 2011 e tem a autorização do secretário de Esportes, Claudinei Quirino da Silva, para poder fazer uso da pista de ciclismo. Porém, a cada mês a situação se torna mais difícil. Além da falta de iluminação, outro problema também perturba os que ali treinam. “Além do risco de treinar a noite, o problema agora está sendo com usuários de droga. Naquela cerca viva que fica na lateral do centro, onde normalmente se instalam os circos, ali os usuários, todos os dias de noite, fazem uso de drogas, enchem a paciência, xingam, gritam e até entram na pista, correndo o risco de provocarem um acidente”, relata.
Com o local todo escuro, Éber reclama da dificuldade que tem ao treinar seus alunos nas noites de terça e quinta-feira. “A gente não consegue ter uma noção das curvas a noite, então se a lua está cheia a gente vê um pouco, sem falar que tenho que colocar um farol maior na bicicleta pra poder ver a marcha que as crianças estão usando. A posição que eles estão pedalando e os treinos de arrancada são impossíveis de praticar”, enfatiza o treinador. Além das crianças do projeto, quem também treina no local é o paratleta Leonardo Melo.
Em contato com a Semepp (Secretaria de Esportes de Presidente Prudente), a pasta informou que a licitação para instalação da iluminação da pista de ciclismo do Centro Olímpico já foi feita. Contudo, afirma que “estão aguardando a chegada de todos os equipamentos. “Já recebemos as lâmpadas, mas como são três empresas, ainda estamos esperando os reatores e também os fios”, comenta a pasta em nota.
Enquanto isso, devido os problemas, o técnico lamenta a desistência de três atletas nos últimos 20 dias. “Tivemos três desistências de garotos fortes nestes últimos dias. Três desistiram porque as mães tiraram do projeto falando que lá é muito escuro e perigoso”, explica. Segundo ele, aqueles que permanecem no projeto são os garotos mais velhos, além daqueles que ficam com a presença das mães nos treinos. “As mães levam as crianças, porque é perigoso. Então a reação é essa, só ficam os maiores. Dos menores as mães das crianças ficam lá, correndo o risco até de serem abordadas”, cita.
