Colônia de gatos divide opiniões de moradores da Vila Malaman

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 10/06/2018
Horário 09:03
José Reis, Moradores apontam proliferação de gatos no bairro prudentino
José Reis, Moradores apontam proliferação de gatos no bairro prudentino

“Mas agora o meu dia a dia é no meio da gataria”, diz a famosa canção de Os Saltimbancos, que destaca o gosto dos felinos pela liberdade. Foi nas ruas da Vila Malaman, em Presidente Prudente, que muitos deles constituíram morada e passaram a conviver com a população local. Enquanto para uns, o aparecimento dos bichos é encarado com normalidade, para outros a situação já começa a se tornar um incômodo e requer a tomada de providências por parte do poder público. Esta já era uma realidade abordada na primeira vez que o bairro foi pauta deste especial, em fevereiro de 2016. Os apontamentos dos moradores não são despropositados. Um passeio pelas vias do bairro é suficiente para constatar os gatos deixando os forros das residências, se escondendo sob os carros ou simplesmente invadindo o asfalto. Além de terem encontrado ali a liberdade para ir e vir, os felinos têm a seu dispor vasilhames com água e ração, que são disponibilizados gentilmente por alguns munícipes.

Este cenário, no entanto, tem tirado o sono dos moradores Luiz Raimundo Ferreira, 54 anos, e Adélia da Silva, 52 anos, que afirmam não conseguirem dormir direito por conta do barulho que os gatos produzem em cima dos telhados. Luiz calcula que, somente na área onde reside, há mais de 100 deles, resultado da procriação desenfreada entre os animais. Adélia, por sua vez, conta que, recentemente, contratou um funcionário para fazer consertos no telhado e o profissional ficou surpreso com a quantidade de dejetos encontrados entre as telhas. “Eles vão sujando tudo e deixando o mau cheiro pelo caminho”, comenta. Em função disso, ela e Luiz se preocupam com a ocorrência de doenças. Tanto é que, segundo eles, uma família chegou a deixar o bairro, porque a presença dos gatos havia feito a criança adoecer.

O professor Sandro Santana, 45 anos, reconhece que a vila está tomada pelos felinos, mas diz não se sentir incomodado, já que gosta de animais. Os dois cachorros de grande porte na fachada de sua casa, contudo, pode ser uma explicação para os gatos permanecerem longe. Já o vendedor Carlos Alberto Bernardes de Souza, 52 anos, acredita que das duas, uma: ou as pessoas aproveitam do fato de se tratar de um bairro bastante habitado pela população felina para abandonar novos ou a disposição de ração e água nas calçadas incentiva que ali permaneçam e procriem. “Eles não perturbam, mas é preciso tomar cuidado por causa de possíveis problemas de saúde”, pondera.

 

Castração é limitada

Conforme o gerente do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), João Henrique Leite, o órgão realiza um programa permanente de controle populacional dos animais, sendo que as principais ações realizadas são a castração gratuita de cães e gatos e campanhas educativas sobre a posse responsável. Quanto ao público-alvo das castrações, esclarece que, apesar do programa estar disponível para todo o município, por sua limitação, o CCZ prioriza o atendimento a populações de baixa renda, animais errantes recolhidos das ruas e aqueles mantidos por organizações não governamentais ou em abrigos temporários. Em 2017, foram realizados 1.228 procedimentos, enquanto, neste ano, até o momento, houve 639.

A respeito do recolhimento de felinos, João Henrique explica que o órgão não dispõe de estrutura física suficiente para abrigar novos gatos adultos, considerando que já há uma grande população destes em seu departamento. Filhotes de gatos são recolhidos das ruas de acordo com a demanda dos moradores e a existência de vagas. “Após o recolhimento, estes filhotes são avaliados clinicamente, medicados [quando for o caso], vermifugados, castrados e, por fim, disponibilizados para adoção”, denota. De janeiro até o final da semana, o CCZ promoveu a adoção de 65 animais, entre cães e gatos.

O gerente do CCZ reconhece que, de fato, devido a particularidades de seu ciclo reprodutivo, os gatos têm elevada capacidade de proliferação e, por isso, é fundamental promover a esterilização dos mesmos. O órgão incentiva que os moradores efetivem de forma plena a adoção do animal, reduzindo assim a quantidade de animais semidomiciliados. “Animais verdadeiramente adotados são mantidos no interior da residência, com acesso regular à ração e água, além de abrigo e cuidados veterinários”, pontua.

 

ESTRUTURA DO BAIRRO

Data de implantação: 02/01/1961

Área de loteamento: 10.805,00 m²

Área total das quadras: 7.831,25 m²

Área total do sistema viário: 2.973,75 m²

Área verde: Não consta

Quadras: 3

Construções: 198

Terrenos baldios: 8

População estimada: Cerca de mil pessoas

Fonte: Secom

 

SERVIÇO

A população pode promover suas reclamações, críticas e elogios sobre o bairro em que reside. O contato deve ser feito com os profissionais da Pauta, por meio do pauta@imparcial.com.br, do telefone 2104-3732 ou do WhatsApp 99104-8537.

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