Ontem, em coletiva de imprensa, o governador João Doria (PSDB) anunciou a prorrogação da fase de transição do Plano São Paulo para todo o Estado por mais uma semana, até o dia 9 de maio. Com o recuo gradual de indicadores de casos, internações e mortes por Covid-19, o Estado fixou horário estendido das 6h às 20h para atendimento presencial limitado a 25% de capacidade em comércios e serviços não essenciais.
O horário estendido das 6h às 20h vale a partir deste sábado para estabelecimentos comerciais, galerias e shoppings. O mesmo expediente poderá ser seguido por serviços como restaurantes e similares, salões de beleza, barbearias, academias, clubes e espaços culturais como cinemas, teatros e museus. Até esta sexta, porém, continua a vigorar o horário atual das 11h às 19h.
De acordo com o presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), Vitalino Crellis, o horário é crucial para evitar aglomerações nas atividades não essenciais. Contudo, não trará tantas modificações para o comércio de rua, uma vez que é necessário seguir as regras trabalhistas. “O horário vai permanecer o mesmo, das 8h às 18h, ou seja, oito horas trabalhadas com duas horas de almoço. Essa extensão de horário trará mais impacto para bares e restaurantes que, agora, terão mais tempo de funcionamento”, explica.
No entanto, com o horário de expediente do comércio de rua restabelecido, Vitalino explica que os comerciantes conseguirão normalizar as vendas e o faturamento, mesmo que gradativamente ao longo dos meses. “No momento, as pessoas se encontram sem dinheiro, mas a partir do momento que elas garantirem confiança na economia, o movimento será maior. Essa normalização no horário também poderá ofertar novos postos de trabalho e o comerciante não terá mais que fechar definitivamente as portas”, reforça.
O presidente do Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Presidente Prudente), Rubens Afonso, por sua vez, diz que o novo horário traz uma melhora para o setor, mas ainda não é o suficiente. “Acredito que o horário deveria se estender até 22h, pois antes disso fica difícil para o setor trabalhar”, detalha. “Hoje, 85% do setor trabalha do período da tarde para a noite, e durante a semana é muito difícil operar com este horário, mesmo indo ate às 20h”, acrescenta.
A extensão do horário para às 22h, segundo o presidente, traria uma maior efetividade para o setor, mesmo com uma ocupação menor.
Para evitar aglomerações, a capacidade máxima de ocupação nos estabelecimentos liberados está mantida em 25%. O toque de recolher continua nas 645 cidades do Estado, das 20h às 5h, assim como a recomendação de teletrabalho para atividades administrativas não essenciais e escalonamento de horários para entrada e saída de trabalhadores do comércio, serviços e indústrias.
“É muito importante respeitar a capacidade de ocupação de 25% e o toque de recolher, que é um ponto que os especialistas em saúde têm defendido muito. Quando nós conseguimos reduzir a circulação das 20h às 5h, nós conseguimos ter uma redução muito importante da taxa de transmissão. Nós estamos tendo uma redução de leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] ocupados de cerca de 1% por semana”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
Nesta quarta, a taxa de ocupação de UTIs por pacientes graves com Covid-19 está em 80% no Estado e em 78,4% na Grande São Paulo. O total de internados em UTIs era de 10.426 em todo o Estado, com outros 11.686 pacientes em vagas de enfermaria.
SAIBA MAIS
A fase de transição mantém liberadas as celebrações individuais e coletivas em igrejas, templos e espaços religiosos, desde que seguidos rigorosamente todos os protocolos de higiene e distanciamento social. Parques estaduais e municipais também poderão ficar abertos, mas com horário das 6h às 18h.
