Construindo um novo modelo de educação para jovens de SP

OPINIÃO - Mauro Bragato

Data 13/08/2020
Horário 04:46

A suspensão das aulas presenciais, causada pela pandemia da Covid-19, fez com que o sistema de educação do país ligasse o sinal de alerta para uma tendência iminente: a evasão escolar. Em março deste ano, quando começou a quarentena no Brasil, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) realizou a primeira contagem global da situação educacional impactada pelo novo coronavírus e registrou quase 300 milhões de alunos afetados em 22 países de três continentes. De lá para cá, esse número só aumentou. 
São Paulo, que tem a maior rede pública de ensino do Brasil, sentiu a necessidade de criar novos estímulos e largou na frente na busca de soluções. Ao reformular o currículo para o ensino médio - além de ser o primeiro Estado do Brasil a fazer isso - São Paulo começa a construir uma escola que dialoga com a realidade atual da juventude, que se adapta às necessidades dos estudantes e os prepara para viver em sociedade e enfrentar os desafios de um mercado de trabalho dinâmico. O novo currículo terá 12 opções de cursos, os itinerários formativos, e permitirá aos alunos escolher as disciplinas com as que mais se identifiquem. 
Tentativa de corrigir problemas latentes. É fato que fora da sala de aula os estudantes sofreram efeitos da quarentena até na saúde mental, como o isolamento, o medo de infecção, as incertezas quanto aos recursos financeiros, a falta de informação adequada e, ainda, o convívio prolongado em um ambiente doméstico por vezes tóxico. Isso tudo, somado à violência e abuso, tem impulsionado os jovens a abandonarem os estudos.
A previsão é que o currículo seja implementado progressivamente: aos alunos da 1º série do ensino médio já em 2021; em 2022, para os estudantes da 2º série; e posteriormente, para a 3ª série no ano de 2023.
O currículo está alinhado à BNCC (Base Nacional Comum Curricular) do ensino médio, que lançou diretrizes gerais para flexibilizar disciplinas e sua grade, permitindo que as escolas se adaptem às preferências e realidades vividas pelos jovens. 
É o primeiro passo de uma longa caminhada para uma nova realidade. Mas para obter sucesso, é preciso unir poder público, sociedade civil e educadores para superar a adversidade da evasão e manter os jovens nas escolas, especialmente aqueles estudantes que já trabalham e, ao mesmo tempo, buscam o aperfeiçoamento para avançar na vida profissional.


 

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