A região de Presidente Prudente arrecadou R$ 42.483.323,27 nos primeiros 30 dias do ano em carga tributária pela população, conforme levantamento foi realizado na manhã de ontem, no site do Impostômetro (Sistema Permanente de Acompanhamento das Receitas Tributárias), da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), que atualiza os dados instantaneamente.

Apesar do valor expressivo, a quantia não é maior em razão de janeiro ser um mês de retração do consumo, explica a economista Josélia Graciliano. As movimentações do início do ano são menores, pois o mês já conta com o pagamento fixo do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) e do IPTU (Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana), tem o início do período escolar com compra de materiais e uniformes, "além de muitas pessoas estarem pagando ainda a conta do Natal, que chega agora no cartão de crédito", afirma.

A orientação para os consumidores não traz novidade: a única forma de evitar desespero em janeiro com os impostos é educação financeira e planejamento orçamentário. "O ideal é que a pessoa tenha seu fluxo de caixa em mente e se organize já no ano anterior para fazer os pagamentos e, preferivelmente, à vista, pois consegue 10% de desconto", diz a especialista. A grande dificuldade é que isso exige uma mudança no comportamento do consumidor, que hoje está acostumado a agir de forma mais impulsiva com suas compras, aponta Josélia.

 

No país

Em nível nacional, nos primeiros 30 dias do ano já foram pagos R$ 200 bilhões pelos brasileiros em impostos, de acordo com a ACSP (veja gráfico). Com esse valor daria para comprar 10 mil jatos da Embraer (aeronave Phenom 100 E), que custam em média R$ 20 milhões, além de 100 milhões de cabeças de gado nelore. Atualmente, o Brasil conta com uma carga tributária composta por 94 impostos, taxas e contribuições.

Os dados mais recentes da Receita Federal sobre a arrecadação de impostos do país, de 2015, demonstram que um terço de tudo o que o Brasil produziu naquele ano foi parar nos cofres do governo. A carga tributária bruta encerrou o ano passado em 32,71% do PIB (Produto Interno Bruto) - soma dos bens e serviços produzidos no país. O número foi divulgado no fim do ano passado, conforme informações da "Agência Brasil".

Na esfera federal, o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e as contribuições sociais do Regime Próprio de Previdência dos Servidores Federais explicam o aumento da arrecadação. Nos Estados, a elevação se deve principalmente ao IRRF (cuja arrecadação é compartilhada entre a União e os governos estaduais) e o IPVA. Nos municípios, o reajuste de taxas puxou o aumento da carga tributária.

 

SERVIÇO

Para quem quer acompanhar o valor que cada cidade arrecadou de impostos, basta acessar o site do Impostômetro pelo endereço http://www.impostometro.com.br/ e clicar na opção "Arrecadações" e, após, no ícone "Por Município".