Corrida: sinergia fisiológica

OPINIÃO - Jair Rodrigues Garcia Júnior

Data 14/11/2019
Horário 04:46

“Não interrompemos a prática de exercícios porque envelhecemos. Envelhecemos porque interrompemos a prática de exercícios.” Dr. Kenneth Cooper. Médico e fisiologista que ficou mundiamente conhecido a partir de 1968 ao lançar o livro “Aerobics”, sobre os benefícios da corrida para a saúde e longevidade. Então, “fazer cooper” se tornou sinônimo de correr. Dr. Cooper, aos 88 anos e fisicamente ativo, é a prova viva de que seus estudos da década de 1960 se confirmaram.

CORREDORES REGULARES

Há cerca de 4,5 milhões de corredores no Brasil, que têm como “por que” os benefícios para a saúde, a sensação de prazer, a interação social e a satisfação com a auto-superação a cada nova corrida. Vários participam de corridas organizadas em finais de semana, como esta promovida pela Sociedade de Medicina de Presidente Prudente, a “Caminhando e correndo com saúde”, já em sua 17ª edição.

ADAPTAÇÕES AGUDAS

A corrida representa um estresse para o corpo e requer adaptações imediatadas dos sistemas fisiológicos para realizar o esforço e manter o corpo em equilíbrio (estado estável). Na largada, com a contração dos músculos, há ativação do sistema nervoso autônomo simpático (SNA), que comanda as glândulas sudoríparas e secretoras de hormônios, alterações nos vasos sanguíneos, coração e intestino.

PRIORIDADES FISIOLÓGICAS

São o fornecimento de oxigênio e combustíveis para os músculos e cérebro, e a manutenção do estado estável. Os músculos recebem maior aporte de sangue e combustíveis a partir da dilatação dos vasos sanguíneos. O coração aumenta o bombeamento de sangue (débito cardíaco) de 5 para 25 L/min ou mais, e os músculos recebem cerca de 85% do total. Os músculos respiratórios são ativados e as vias aéreas se dilatam, aumentando a captação de ar de 7,5 para até 175,0 L/min.

HORMÔNIOS DA CORRIDA

Os principais são adrenalina, cortisol e glucagon, que estimulam a quebra de glicogênio e produção de glicose no fígado. Estimulam o tecido adiposo a liberar gorduras para que sejam queimadas nos músculos e coração. O hormônio antidiurético (ADH) diminui a produção de urina nos rins, compensando parcialmente a perda de água na transpiração. Junto com o SNA, os hormônios proporcionam a manutenção do estado estável.

SINERGIA FISIOLÓGICA

Uma “simples corrida” depende dos músculos e de uma rede muito bem integrada e eficiente de órgãos e sistemas fisiológicos. Por isso, quando treinamos os músculos, treinamos também os demais sistemas e adquirimos “vários benefícios” para saúde e longevidade.


 

 

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