Cremesp esclarece orientações em relação às videochamadas em hospitais

Diferente do que foi veiculado recentemente, conselho afirma que não há proibição do contato, já que parecer se tratar de uma opinião sobre o assunto

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 28/04/2021
Horário 07:22
Foto: Freepik
Cremesp afirma que parecer se trata de uma opinião e não tem força de lei ou resolução
Cremesp afirma que parecer se trata de uma opinião e não tem força de lei ou resolução

Recentemente, circulou na imprensa a informação de que o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) teria proibido a realização de videochamadas entre familiares e pacientes com Covid-19 que estivessem na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), com base no Parecer 131045/2021 emitido pelo conselho. Segunda-feira, o CRM (Conselho Regional de Medicina) emitiu um posicionamento sobre o assunto e explicou que não há uma proibição das videochamadas, já que o parecer se trata de uma opinião e não possui a mesma força que as leis ou resoluções para permitir ou proibir uma conduta. 
Inicialmente, a informação dava conta de que as visitas virtuais de familiares a pacientes com Covid-19 haviam sido proibidas, já que o conselho entenderia ser “absolutamente proibida” a exposição de pacientes sedados ou em coma, uma vez que o consentimento é impossível nessas condições, conforme divulgou a “Folhapress” e veiculou este diário no fim de semana. 
No início da semana, em resposta a essa notícia, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo veio à público informar que não há proibição nesse sentido e relatou que houve uma interpretação equivocada do parecer em questão. “O conselho só disciplina a conduta do médico, e não do paciente”. 
Além disso, alertou que, para casos de sedação, os pacientes não devem ser filmados ou participar de videochamadas, devido à impossibilidade de interagir e consentir quando à captação das imagens. “Neste caso, a única forma de participar de uma videochamada é por meio de diretiva antecipada de vontade”, expôs.

"Serviço primordial"

A Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, desde o início da pandemia, com o objetivo de reduzir a angústia das famílias frente à suspensão das visitas presenciais, afirma que adotou as videochamadas como forma de visita virtual. “O procedimento foi adotado para aproximar familiares e pacientes internados na UTI. O hospital adotou medidas de segurança junto aos familiares, com orientações para resguardar a privacidade e preservar o paciente de exposições indevidas em redes sociais”. Conforme o hospital, serviço é realizado com a participação do médico e psicólogo, sendo um convite à família.  “Diante do parecer do Cremesp, a instituição vai discutir o assunto junto aos setores envolvidos para uma reavaliação do serviço”.
A Santa Casa de Presidente Epitácio, que realiza esse tipo de atendimento, relatou que o contato entre as famílias e pacientes é “primordial” e lembrou que possivelmente não acatará essa recomendação. “É um ganho muito grande e traz conforto às famílias, que elogiam muito, além de ser prático para as nossas equipes”. Apontou ainda que, além do fator emocional, as videochamadas são responsáveis por diminuir a aglomeração de pessoas ao lado de fora do hospital, já que, sem as ligações, muitas são as famílias que se deslocam para a unidade na espera de informações. 
O HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente, por sua vez, informou que não adotou as visitas virtuais na unidade. “Existe, atualmente, o boletim médico por telefone, em horários pré-estabelecidos, para os familiares de pacientes assistidos nas alas psiquiátricas, enfermaria destinada ao tratamento do novo coronavírus e nas UTIs da Covid-19”.

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