Cultivo da melancia em áreas de renovação de canavial 

Cristiano Machado

COLUNA - Cristiano Machado

Data 30/04/2021
Horário 06:00
Foto: APTA/Arquivo 
Pesquisador da APTA, Humberto Sampaio de Araújo destaca os benefícios da pesquisa 
Pesquisador da APTA, Humberto Sampaio de Araújo destaca os benefícios da pesquisa 

Pesquisa desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), estudaa viabilidade do cultivo de melancia em áreas de renovação de canavial com a adoção de manejo conservacionista do solo. O trabalho foi realizado na região oeste paulista, que abrange 96 cidades. Nos três anos de realização das pesquisas, ficou comprovado que os sistemas de preparo conservacionista do solo (plantio direto e cultivo mínimo) sobre a palha de cana-de-açúcar em áreas de renovação de canavial mantiveram produtividades iguais ou superiores ao cultivo convencional. Em ano em que as condições climáticas foram ideais para o desenvolvimento da cultura, o plantio em sistema de cultivo mínimo teve produtividade média de 70 toneladas por hectare de frutos comerciais, o que representa 45% a mais do que o cultivo em plantio direto e 25% superior ao cultivo convencional. O cultivo mínimo consiste em se fazer uma subsolagem na linha de plantio, por meio de uma haste rompedora de solo que promove a descompactação e ruptura das camadas no subsolo, sem que haja a movimentação, facilitando a penetração das raízes da cultura na linha de plantio.


“Comam mais frutas; não tem nada mais saudável!”.
Guilherme Cruz de Souza Coelho, presidente da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados), em recente entrevista ao “Agro & Negócios”, da Rádio 101 FM de Presidente Prudente. Saiba mais: www.norteagropecuario.com.br.

Controle de plantas daninhas 

Durante a pesquisa da APTA, foi observado que tanto no plantio direto quanto no convencional, na linha de plantio em profundidades abaixo de 20 cm, houve redução na qualidade física do solo, com aumento da resistência a penetração e da densidade quando comparados com o cultivo mínimo. “Neste sistema, mais de 50% de resíduos vegetais da cana-de-açúcar permanecem na superfície do solo. As principais vantagens foram o maior controle de plantas daninhas, o menor custo de hora/máquina, com a redução de operações agrícolas, além do melhor controle da erosão e aumentando o armazenamento de água no solo”, afirma o pesquisador da APTA, Humberto Sampaio de Araújo. Na região do oeste paulista, todo ano, milhares de hectares são disponibilizados para reforma de canavial. Segundo Araújo, a inclusão de arranjos produtivos que promovam a rotação de culturas viabiliza a utilização racional da terra, tanto para geração de produtos agroenergéticos como para a produção de alimentos, garantindo renda e manutenção da segurança alimentar.

Agricultura SP/Divulgação

Na região do oeste paulista, todo ano, milhares de hectares são disponibilizados para reforma de canavial

Realizada em Andradina 

Os pesquisadores buscam financiamento para a realização de novos estudos visando a inclusão de outros tipos de hortaliças de ciclo curto em áreas de renovação de canavial ou em reforma de pastagens, conciliando o retorno econômico com a preservação da capacidade produtiva do solo e garantindo a sustentabilidade do sistema produtivo. A pesquisa foi realizada pelo Polo Regional de Andradina da APTA em conjunto com o IAC (Instituto Agronômico). (Por Paloma Minke, da Secretaria da Agricultura de São Paulo)

Números do campo 

•    Ao todo, 10,5 milhões de bovídeos (bovinos e bubalinos) de todas as idades devem ser vacinados a partir de 1° de maio, na primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa no Estado de São Paulo. 

•    As riquezas produzidas pelo campo paulista encerraram o ano de 2020 com o valor bruto de produção (VBP) de R$ 96,47 bilhões. No ano anterior, foram R$ 82,21 bilhões. O resultado representa aumento de 12,04%, em valores reais, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do IEA (Instituto de Economia Agrícola).

•    No primeiro trimestre de 2021, o agronegócio paulista apresentou aumento de 7,5% nas exportações, alcançando US$ 3,87 bilhões, e queda nas importações (-7%), totalizando US$ 1,20 bilhão; com esses resultados, obteve-se o superavit de US$ 2,67 bilhões, 15,6% superior ao mesmo período de 2020. 

•    Os principais grupos nas exportações do agronegócio paulista foram: Complexo Sucroalcooleiro (US$1,36 bilhão, sendo que, desse total, o açúcar representou 86,1% e o álcool, 13,9%), Carnes (US$507,23 milhões, em que a carne bovina respondeu por 87,8%), Complexo Soja (US$438,08 milhões), Sucos (US$347,57 milhões, dos quais 97,2% referentes a sucos de laranja) e Produtos Florestais (US$341,18 milhões, com participações de 51,8% de papel e 32,8% de celulose). 

•    O agregado destes cinco grupos representou 77,7% das vendas externas setoriais paulistas. O grupo do Café ficou na sétima colocação (US$171,41 milhões, dos quais 74,8% referentes ao café verde).

•    Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista, a China (US$798,71 milhões, 20,7% de participação) é o principal destino, seguida da União Europeia (US$59,73 milhões, 13,7% de participação) e dos Estados Unidos (US$358,39 milhões, participação de 9,3%). 

•    Na sequência, completando os dez principais destinos em termos de participação, aparecem Indonésia (3,7%), Bangladesh (3,6%), Arábia Saudita (3,0%), Argélia (2,9%), Coreia do Sul (2,5%), Nigéria (2,3%) e Malásia (2,2%).

Agricultura movida à ciência

A Embrapa celebrou no último dia 26 seus 48 anos, com o lema “Agricultura movida à ciência”. É, sem dúvida, referência em pesquisa agrícola. E um orgulho para o país. À época da criação da Embrapa o Brasil importava alimentos básicos como leite e carne. Atualmente, a produção nacional é responsável por garantir acesso à alimentação de cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo a partir da saúde animal, sanidade vegetal, segurança dos alimentos e sustentabilidade na produção. As pesquisas, ações e programas da Embrapa ajudaram a transformar o Brasil e torná-lo um dos maiores celeiros do mundo, sendo uma das agropecuárias mais eficientes e sustentáveis do planeta. O setor é responsável por mais de 20% do PIB nacional, somando mais de R$ 871,3 bilhões em 2020 em produção. “O Brasil é uma potência agroambiental graças à participação da Embrapa com uma agricultura movida a ciência. Temos orgulho, como brasileiros, de ter uma empresa protagonista na segurança alimentar. Convoco os mais de 2,4 mil pesquisadores para os desafios dos próximos 48 anos”, disse a ministra ao parabenizar a Embrapa durante a cerimônia. (Com informações do Mapa) 

Antonio Araujo/Mapa

O setor é responsável por mais de 20% do PIB nacional, somando mais de R$ 871,3 bilhões em 2020 em produção

Poder de compra de pecuarista frente ao milho é o pior desde junho de 2016 

O atual poder de compra de pecuaristas paulistas frente ao milho é o pior desde junho de 2016. Segundo pesquisadores do Cepea, nem mesmo as altas nas cotações do boi gordo ao longo de abril vêm ajudando a melhorar a relação de troca de arroba por um dos principais insumos de alimentação. Isso porque as valorizações do milho têm sido ainda mais fortes.
Pesquisadores ressaltam que esse cenário é observado justamente em um período em que pecuaristas intensificam o uso de grãos na alimentação animal, tendo em vista a entrada do período mais seco do ano. Considerando-se os Indicadores Cepea/B3 do boi gordo (Estado de São Paulo) e ESALQ/BM&FBovespa do milho (Campinas – SP), enquanto no início de 2021 a venda de um quilo do boi gordo possibilitava a compra de 14,82 quilos de milho, neste mês de abril, o pecuarista consegue adquirir apenas 13,09 quilos do insumo. 
Em abril do ano passado, a venda de um quilo de boi rendia 15,08 quilos de milho, ou seja, a relação de troca atual está 13,2% pior. Em junho de 2016, a venda de um quilo de boi possibilitava a compra de apenas 12,75 quilos de milho. (Do Cepea) 

AgriculturaSP/Divulgação 

Em junho de 2016, a venda de um quilo de boi possibilitava a compra de apenas 12,75 quilos de milho

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