Dengue e leishmanioses

OPINIÃO - Luiz Euribel Prestes Carneiro

Data 21/11/2019
Horário 04:45

São doenças tropicais infecciosas, transmitidas por vetores (mosquitos), que podem ser graves e levar à morte. São negligenciadas pelas autoridades, pela classe médica e em especial pela população. Infectam pessoas que moram em climas tropicais e países pobres, mas têm características diferentes.

Dengue: causada pelo vírus da dengue e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, não escolhe território e onde tiver água parada pode haver criadouros de mosquitos. É uma síndrome febril, de evolução rápida, que dura no máximo dez dias com maior gravidade principalmente em crianças, idosos, imunodeficientes como os portadores de HIV/Aids e doenças crônicas como cardiopatias, diabetes e renal crônico.  

Leishmanioses: transmitidas pelo mosquito palha (flebotomíneo) em duas formas: tegumentar (atingindo pele e mucosas), onde o mosquito normalmente está presente em matas e rios; e a forma mais grave, leishmaniose visceral (LV), que pode acometer diferentes órgãos e levar à morte se não diagnosticada e tratada precocemente.

Para o controle dessas doenças, é necessária uma ação conjunta do setor público, saúde e principalmente da população

No oeste paulista, a LV é urbana e o mosquito está presente próximo às casas. O cão doméstico (reservatório) ao ser picado por um mosquito infectado com o parasita causador da doença (Leishmania chagasi) pode adoecer e passar a infectar outros mosquitos que infectam o homem (hospedeiro). Os principais sintomas são febre, emagrecimento, aumento do volume abdominal, anemia e palidez cutânea que vão aparecendo progressivamente.

Dengue e leishmanioses têm muitas outras coisas em comum. As condições para proliferação dos mosquitos são semelhantes e precisam de lixo acumulado, matéria orgânica, água parada e condições precárias de saneamento básico. Com o verão e o aumento das chuvas, cresce o número de mosquitos e a incidência dessas doenças.

Ainda não existem vacinas eficientes e a maior prevenção são as medidas profiláticas. Para o controle dessas doenças, é necessária uma ação conjunta do setor público, saúde e principalmente da população, que insiste em se manter alheia, não fazer ou fazer mal a sua parte e culpar as autoridades. Dia 28 de novembro será realizado o 3º Simpósio do Oeste Paulista de Leishmanioses na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). Todos estão convidados.  

 

 

 

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