A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), lacrou um depósito de pneus nas proximidades da área atingida por incêndio subterrâneo, no Parque Furquim.
O estabelecimento havia sido notificado na semana passada, porém, o proprietário não compareceu para regularizar a situação, o que resultou na interdição do local. A medida foi tomada tanto pelas irregularidades constatadas quanto pela proximidade com o aterro clandestino situado atrás da escola Sesi (Serviço Social da Indústria), área que há mais de 15 dias apresenta focos de incêndio subterrâneo.
Nesta quinta-feira, novas emissões de fumaça foram registradas, mesmo após o incêndio ter sido considerado controlado no início da semana. "A Prefeitura, por meio da Defesa Civil Municipal, e o Corpo de Bombeiros, seguem em alerta, realizando ações contínuas de resfriamento e monitoramento do solo", diz a administração municipal.
Desde o início da força-tarefa, mais de 750 mil litros de água já foram utilizados no combate ao fogo. A estratégia mais eficaz tem sido a injeção de água diretamente no subsolo, por meio de valetas abertas no terreno, técnica que tem apresentado resultados positivos. "No entanto, as chuvas recentes têm remexido o solo, provocando o retorno da fumaça em alguns pontos", acrescenta.
A área permanece terminantemente proibida para qualquer tipo de uso e a Polícia Militar Ambiental realiza rondas diárias para coibir o descarte irregular. A Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos também prepara medidas legais para responsabilizar o proprietário do terreno.
A Prefeitura reforça que atear fogo ou descartar lixo em áreas não autorizadas é crime ambiental, prática que causa prejuízos ao meio ambiente, coloca em risco a saúde da população e pode gerar situações de difícil controle, como o incêndio subterrâneo registrado na Vila Furquim.
Em razão do mau cheiro proveniente da fumaça, a escola Sesi, localizada ao lado da área afetada, suspendeu as aulas presenciais na semana passada, mantendo os alunos em atividades online. As aulas haviam sido retomadas nesta semana, mas foram novamente suspensas nesta quinta-feira após o retorno da fumaça. Já na Escola Municipal Maria Haddad Haidamus, as aulas seguem normalmente, sem necessidade de interrupção.
O incêndio subterrâneo ocorre quando o fogo se propaga debaixo do solo, atingindo materiais orgânicos como lixo, raízes e restos de vegetação. Por estar confinado, o calor se acumula e “cozinha” a terra de dentro para fora, provocando evaporação da umidade e emissão de gases.
Com isso, o solo perde volume e se contrai, formando rachaduras que permitem a entrada de oxigênio — o que reativa as chamas e intensifica a emissão de fumaça e calor. O terreno também se torna instável, oferecendo risco de afundamentos e desabamentos em alguns pontos.
Foto: Cedida - Aterro clandestino voltou a registrar emissões de fumaça nesta quinta
