Dia do Médico

O profissional médico é um ser humano que precisa ser muito valorizado. Ele, inicialmente, por vocação, algo subjetivo que emerge do seu mundo psíquico, direciona-se para a graduação. Muitos seguem o exemplo dos pais, tios ou familiares. São seis anos de estudos complexos e muito densos. Acolho e acolhi muitos estudantes de Medicina com queixas iniciais como: transtorno de pânico, depressão, ansiedade, transtorno de atenção e hiperatividade, transtorno alimentar como anorexia, bulimia e obesidade, transtorno de Tourette, enfim, com sofrimentos durante a graduação. 
Em tempo integral, o jovem adolescente estudante de Medicina, muitas vezes, permanece, economicamente, muito dependente dos pais, outros, direcionam-se para os financiamentos, e após finalizar o curso, respeitando a carência, já inicia o ressarcimento ou pagamento. Alguns pensam que, serão muito bem remunerados depois. Ledo engano. Tudo dependerá da escolha da especialidade. Há diversidades e muitas possibilidades, bem como: cirurgia ou clínica. E alguns procuram trabalho em postos de saúde e outras modalidades, como plantões, pois ao finalizarem sua graduação, recebem o CRM (Conselho Regional de Medicina). 
A formação médica é infinita. Só a graduação é insuficiente. O médico precisa fazer residência, especializando-se. E alguns fazem a sub-especialização. A formação completa do médico é muito ampla e exaustiva. No contexto atual, a residência está muito concorrida. Há muitos candidatos para poucas vagas. E assim, o jovem médico leva bastante tempo para ser recompensado com honorários. Muitas vezes, levam muito mais tempo, para constituir sua família. Os estágios oferecidos pelos hospitais-escolas possuem day-off, onde poderão dar plantões, nesse único dia. Assim terão a oportunidade de certa remuneração. Passam dias e dias sem folga e com plantões pré-estabelecidos. Os residentes são assalariados. 
Após a residência os médicos são submetidos às provas para certificação da especialidade. Hoje, as provas para titulação são semelhantes ao “vestibular de Medicina da USP”. E o médico, após realizar toda essa formação, dirige-se ao trabalho. Vai para lá,vem para cá, corre, corre, corre e corre. Muitas vezes, permanece com parco tempo para dormir, alimentar-se, viver e aproveitar o tempo com a família. O médico sofre muitas pressões, são humanos e lidam com vida, de forma alguma poderão vacilar ou titubear. 
Muitas vezes, vacilam consigo próprio, e morrem sem ao menos ter tempo para fazer um exame clínico. Alguns os idolatram, os colocam no oráculo e fantasiam que são eternos. Exigimos que os atendimentos sejam na hora, que não haja atrasos e pensamos mal, quando algo não sai como planejamos. Todas as profissões são muito importantes. Uma nação constitui-se com a participação diversa de um repertorio infinito de ricas profissões, principalmente dos professores. E ultimamente, há banalizações com relação ao tratamento, respeito e consideração com muitas. E valorização de muitas, com salários altos e muitos benefícios e desvalorização de outras. 
Há muitas interferências do sistema, entre a relação médico-paciente, onde seguem cerceando à autonomia dos profissionais, provocando certo engessamento à capacidade criativa, evitando assim, permanecer mais tempo com os pacientes, para dar um dedo de prosa, tão significativo, eficaz e afetivo no contexto atual.
 

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