Dispensa do uso de máscara em locais abertos: cuidados são necessários

Infectologista André Pirajá lembra que manter o distanciamento e evitar aglomerações são medidas para evitar o contágio pelo coronavírus

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 13/03/2022
Horário 04:05
Foto: Freepik
Decreto flexibiliza uso de máscaras em ambiente abertos
Decreto flexibiliza uso de máscaras em ambiente abertos

Infectologista aprova dispensa do uso de máscara em espaços abertos para adultos. Já para as crianças, ele diz que, em seu ponto de vista, deve ser melhor pensado. É o que expõe o médico André Luiz Pirajá da Silva, de Presidente Prudente, abordando o assunto do momento, que diz respeito à flexibilização do uso de máscara em ambientes abertos no município, decretado pela Prefeitura de Presidente Prudente, seguindo o decreto do governador João Doria (PSDB), que foi publicado na quarta-feira (9), no Diário Oficial do Estado. 
O Decreto Municipal 32.889/2022, disponível em edição extraordinária do Diário Oficial do município de quinta-feira, revoga o artigo 6º do Decreto Municipal 30.836, de 23 de abril de 2020, com data de 28 de abril de 2020, que trazia a obrigação da proteção em todos os locais. 
Vale lembrar que a manutenção do uso de máscaras de proteção facial segue obrigatória em ambientes fechados.
Pirajá diz que a dispensa do uso do produto de proteção individual é segura sim. Segundo ele, no atual momento em que estamos vivendo, com a baixa taxa de transmissibilidade do vírus da Covid-19 e o aumento de pessoas vacinadas, torna-se seguro.
“Observamos que houve uma redução muito acentuada de internações, tanto em leitos da enfermaria quanto de terapia intensiva. E vem tendo queda no índice de óbitos há semanas. O avanço da imunização permite essa flexibilização parcial em um primeiro momento”, expõe o médico.
Pirajá salienta que, obviamente, é preciso atenção, pois muitas pessoas ainda não tomaram a dose de reforço, a terceira dose da vacina. “E isso precisa avançar para que possamos assim fazer a diminuição da circulação viral”, completa. 

Foto: Arquivo

Pirajá diz que dispensa do uso do produto de proteção individual para adultos é segura

Há casos e casos

O que o infecto indica é que nessa fase inicial, as pessoas de mais idade, acima de 60, 65 anos, ou aquelas com comorbidades, como diabetes, coronariopatias, obesidade, ou seja, que são fatores de risco, mesmo em lugares abertos, elas ainda façam uso de máscaras. 
“Porque estas são as pessoas que estão adoecendo com mais frequência. Vale a pena reforçar que a retirada de máscara não é nenhuma medida obrigatória. Está sendo desobrigado o seu uso, mas nada impede as pessoas que ainda não se sentem seguras a usar. E mais do que isso, com a retirada de máscaras vai ser monitorado o número de casos. Se, porventura, houver um aumento no número de casos, possivelmente, essa medida pode sofrer um retrocesso e ser obrigatório o uso de máscaras novamente”, menciona o médico.

Mantenham o distanciamento

Mesmo em ambientes abertos, o infectologista pede que as pessoas prestem atenção, pois estar em áreas abertas não quer dizer o mesmo que estar em locais de aglomerados. Imagine um show com 100 mil pessoas. Vai evitar que aconteça um fluxo do ar desse local, o que vai tornando-o aprisionado. 
“Quanto mais pessoas estiverem num ambiente, por mais que ele seja aberto, isso torna o ar não laminar. Ele não flui. E isso favorece a disseminação viral. Então, ainda é muito importante se manter o distanciamento social e evitar locais que tenham aglomerações, excesso de pessoas, para a não transmissibilidade”, destaca o infectologista.  

Escudo em torno das crianças

É seguro a dispensa do uso de máscaras das crianças nas escolas, ainda que em ambiente aberto? Pirajá reforça que isso é uma coisa bem questionável, principalmente a respeito das que estão abaixo dos 5 anos, que ainda não estão imunizadas. 
De acordo com ele, este é outro público extremamente vulnerável, que torna-se protegido a partir do momento que se consegue vacinar o maior número de pessoas, fazendo um escudo em torno dessas crianças. 
“E seria interessante que, na medida do possível, essas crianças permaneçam com o uso de máscaras. Afinal, esse público vulnerável, embora não tenha uma taxa de letalidade tão alta, é uma possibilidade de se reinfectar e a transmissão do vírus aumentar. Então, a minha opinião é de que é uma questão mais delicada a ser vista”, frisa Pirajá.
Camila Gomes Franchine é mãe de quatro crianças e todos da família acabaram de sair de um quadro de Covid familiar. “Acredito que ainda não seja o momento, pois acabamos de sair da Covid. A doença ainda está presente em nosso meio. Eu não vou deixa-los correr esse risco. E o Lucas já disse que não fica sem”, pontua a mãe.

Fotos: Cedidas

Larissa Franchine, 11anos, e a irmã Lívia, de 2 aninhos

Lucas Franchine, 10 anos, diz que não vai ficar sem máscara

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