Documentário narra trajetória de vida do artista Torquato Neto

Dirigido por Eduardo Ades e Marcos Fernando, filme será exibido no Sesc Thermas, nesta terça, com entrada gratuita

VARIEDADES - Da Redação

Data 23/07/2018
Horário 17:38
Divulgação - Integrante do grupo de jovens que deu início ao Tropicalismo, Torquato Neto foi embora muito cedo e de maneira trágica
Divulgação - Integrante do grupo de jovens que deu início ao Tropicalismo, Torquato Neto foi embora muito cedo e de maneira trágica

Nesta terça-feira, o Sesc Thermas de Presidente Prudente exibe um documentário sobre a trajetória de vida do poeta, cineasta, compositor e jornalista Torquato Neto, pelo projeto Cine Bosque. O longa-metragem “Torquato Neto: Todas as Horas do Fim” acompanha da infância do artista em Teresina (PI), sua cidade natal, até seu aniversário de 28 anos, quando tirou sua própria vida após deixar grandes colaborações em movimentos artísticos como a Tropicália. A sessão começa às 19h30 e a entrada é gratuita.

Nascido em Teresina, no Piauí, integrante do grupo de jovens que deu início ao movimento do Tropicalismo, Torquato Neto foi embora muito cedo e de maneira trágica. Os versos ditos no início do longa-metragem, narrados pelo ator Jesuíta Barbosa, já revelam sua vontade de partir e ao mesmo tempo de ter tantas razões para ficar.

Vários trechos de filmes nacionais, como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), do baiano Galuber Rocha, pelo qual o artista tinha grande admiração, surgem para representar momentos da vida do artista, traduzindo um pouco do que ele era. Uma destas cenas é o parto de Macunaíma, na obra de Joaquim Pedro de Andrade, de 1969, que faz alusão ao nascimento de Torquato, em 1944.

O documentário também traz lembranças de Tom Zé, Caetano Veloso e Ivan Cardoso, permeadas por inúmeras fotografias e imagens de arquivo. Por falar em Caetano Veloso, os diretores do longa relacionam a música “Mamãe Coragem”, concebida em parceria com Caetano e cantada por Gal Costa, com a partida de Torquato de Teresina, sua terra natal, decisão que abalou sua mãe, Salomé.

Letrista, poeta e jornalista, Torquato Neto trabalhou nas redações do “Correio da Manhã” e de “O Sol”, onde assinou durante quase um ano a coluna “Música Popular”, de crítica musical. Também atuou em agências de propaganda e na gravadora Phillips.

Uma de suas primeiras letras, “Louvação”, foi lançada por Elis Regina e, em seguida por Gilberto Gil, em 1967. Neste ano, estourava o Tropicalismo, no qual o poeta brilhou como excepcional letrista. Suas maiores contribuições para o movimento foram as letras da canção-manifesto “Geleia Geral”, e de “Marginália 2”, ambas de Gil, além de “Mamãe Coragem” e “Deus Vos Salve Esta Casa Santa”, de Caetano.

Em seu último ano de vida, 1972, escreveu artigos para jornais marginais como “Flor do Mal” e “Presença”, e organizou, com Waly Salomão, a edição única da revista Navilouca, publicada postumamente em 1974. Logo após sua morte, um material inédito de poemas foi reunido por Waly e pela esposa de Torquato, Ana Araújo, no livro “Os Últimos Dias de Paupéria”.

Com AI do Sesc Thermas

 

Serviço

CINE BOSQUE

Filme – “Torquato Neto: Todas as Horas do Fim”

(BRA, 2017, 88 minutos. Documentário. Direção: Eduardo Ades/ Marcos Fernando)

Dia 24 de julho, terça-feira, às 19h30

No Bosque do Sesc Thermas

Grátis. Classificação indicativa: 12 anos

 

 

 

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