Doenças comuns no outono diminuíram com isolamento social

Segundo pneumologista, a falta de aglomeração humana imposta para a segurança e contenção da disseminação e contágio da Covid-19 pelo novo coronavírus contribui para cenário

REGIÃO - OSLAINE SILVA

Data 06/06/2021
Horário 15:20
Foto: Oslaine Silva
Paulo Mazaro orienta que assim que perceber os sintomas nãos os negue, procure um médico
Paulo Mazaro orienta que assim que perceber os sintomas nãos os negue, procure um médico

O ar mais seco eleva a concentração de poluentes na atmosfera, favorecendo o desenvolvimento de doenças respiratórias, como resfriados, gripes, infecções de garganta, crises de asma, bronquite, sinusite e pneumonia. Assim é o outono, estação que seguirá até o dia 21 de junho. Entretanto, segundo o pneumologista Paulo Roberto Mazaro a falta de aglomeração humana com a necessidade do isolamento social para a segurança e contenção da disseminação do contágio da Covid-19, causada pelo novo coronavírus, contribuiu até para a diminuição dessas doenças comuns nesse período do ano em que as temperaturas são naturalmente mais baixas. Claro que teve um aumento natural, mas não o que geralmente ocorreria.  “A incidência das doenças respiratórias diminuiu bastante com as pessoas em casa porque realmente é verdade: aglomeração transmite as doenças viróticas com muita facilidade de uma pessoa para outra. Em compensação, a Covid aumentou. Havia dado uma melhorada no começo de maio, mas, aumentou de novo”, expõe.

Diante do atual cenário, Paulo Mazaro explica que para diferenciar os sintomas das doenças alérgicas dos da Covid, a pessoa já tem um histórico do seu problema. Então, quando ela chega ao médico com os sintomas respiratórios este já tem a informação de que ela é uma pessoa alérgica e que tem essas manifestações com mais facilidades nessa época do ano. Mas, o que diferencia a Covid das doenças comuns do inverno é a perda do olfato e paladar, a diarreia de um ou dois dias, dor ou ardência na garganta. Além de uma dor lombar e dorsal que não são comuns nas doenças de inverno.

“Tendo estes sintomas é importante procurar logo o médico ou o serviço onde tem o costume de ser atendido para passar por uma avaliação inicial, uma ausculta de pulmão, e o profissional ter uma noção de como o paciente estava e se vai ter uma piora, algum sintoma novo. Ou seja, para estar ciente do acompanhamento a ser feito caso necessário”, expõe Paulo.

 “AGLOMERAÇÃO TRANSMITE AS DOENÇAS VIRÓTICAS COM MUITA FACILIDADE DE UMA PESSOA PARA OUTRA. EM COMPENSAÇÃO A COVID AUMENTOU”
Paulo Roberto Mazaro


Crianças e a covid-19

Paulo Mazaro fala com alegria sobre ainda não saberem como as crianças adquiriram essa resistência ao novo coronavírus. Ele explica que antes dele, a medicina entendia que as crianças tinham o sistema imunitário em formação, ainda não está completo, então, geralmente as doenças poderiam complicar mais facilmente nelas.

“Graças a Deus, com relação ao corona elas têm uma imunidade que a gente não sabe precisar exatamente de como ela se formou, então sinceramente, eu particularmente, não vi, graças a Deus, nenhuma criança com complicação por Covid. Atendemos sim muitos casos, com sorologia positiva, inclusive, mas que evoluíram bem”, se alegra o médico, salientando que a proporção maior de pacientes de Covid da clínica é de jovens e adultos de meia idade em diante.

Orientação à população

Sobre as novas cepas, o médico diz que aparentemente são mutações parciais da estrutura do vírus. Por enquanto, segundo ele, a imunidade que as pessoas adquiriram com o vírus original e através das vacinas está protegendo a população. Então, não vê gravidade maior, por enquanto. Mas, que se deve manter atenção, de maneira geral os profissionais responsáveis pela fabricação de medicamentos, aqueles responsáveis pelas vacinas devem estar preparados em como se comportar caso precisem de fabricação de novas drogas.

“A imprensa de modo geral estão bem no que diz respeito às orientações à população a respeito da Covid. É importante que as pessoas não se esqueçam de dormir na hora certa, de fazer uma boa alimentação, uma boa hidratação. E uma coisa que percebemos é que muita gente está caindo no negacionismo do corona. Por exemplo, sente algo como uma dor nas costas e diz: ‘ah, deve ser por causa do esforço que fiz ao subir a escada’... ou tem uma diarreia ‘ah, deve ser aquela comida forte que comi’. É preciso estar atento e deixar de negar a existência da doença. Tem sintomas possíveis, precisa procurar o médico”, orienta Paulo Mazaro acrescentando algumas dicas como não deixar o umidificador ligado o tempo todo no ambiente; no caso do ar-condicionado, mesmo com ele ligado é importante deixar frestas de janelas abertas para que o ar puro possa entrar e circular.

 

 

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