Dois Homens Quase em Conflito

O Espadachim, um cronista que não sabe o pulo do gato

OPINIÃO - Sandro Villar

Data 17/04/2020
Horário 05:11

Dia ensolarado, pessoas na rua, no caso, na avenida, e algumas até abraçadas sem dar a mínima para o distanciamento recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a entidade que o Trump  e o Osmar Terra cismaram que, no momento, é controlada por comunistas perigosos, a começar pelo doutor Tedros.

 Pois é, os dois politizaram a pandemia de Covid-19 e isso é inaceitável, mas esta é outra história e vamos em frente que atrás vêm os cabos eleitorais, que merecem ser promovidos a sargentos eleitorais. Mas tem um detalhe: haverá eleição este ano? Sei não, seu Adão! A coisa está feia e pra lá de esquisita.

Evidente que andar abraçado ou de mãos dadas pode ser perigoso porque o coronavírus está por aí e não está para brincadeira. E falar de perto, com as bocas quase se tocando? É ainda mais perigoso. Dá para notar isso - falar de perto - depois do afrouxamento da quarentena.

E durante uma discussão, com os protagonistas batendo boca bem próximo um do outro? Perigo total de contágio. No aludido dia ensolarado supracitado (supracitado é bom), dois sujeitos, um comerciante e o outro talvez um cliente, discutiram feio. Em altos brados, xingaram-se mutuamente proferindo palavrões, digamos, impublicáveis e uma das palavras de baixo calão lembrava "fruta" ou "Pluta", que não deve ser a "mulher do Pluto".

O mais divertido é que eles "sacaram" os respectivos dedos indicadores quase tocando o nariz um do outro. Os dedos em riste pareciam duelar. Sem querer exagerar, os dedos lembravam espadas em miniatura. A discussão foi virulenta e fico a imaginar a quantas estava a pressão arterial da dupla do barulho naquele momento.

Ainda bem que a dupla "só fez barulho" e, na falta de armas, o jeito foi "sacar os dedos indicadores". Menos mal, Juvenal! De repente, chegou uma viatura da Polícia Militar, que deve ter sido chamada por alguém que temia uma tragédia.

Ao ver a viatura, ocupada por dois policiais, o possível cliente, um homem negro, saiu em disparada na direção do carro da PM. Correu mais do que o Usain Bolt. O comerciante achou que o sujeito estava fugindo e disparou: "Polícia, pega esse negrão ladrão".

Não sei se ele será processado por racismo, mas sei que a viatura ficou parada um tempão com o motor ligado, consumindo gasolina ou etanol, enquanto os policiais ouviam os briguentos. Não se preocupem: o contribuinte paga o consumo desnecessário de combustível.

DROPS

Em terra de cego quem tem cão-guia é rei.

Balança mas não cai. Não é programa humorístico: é a situação de certos ministros.

Quem com Taurus fere com Taurus será ferido.

A situação está mais pra carcará do que pra colibri.

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