Em 15 anos, cidades regionais registram 872 casos de hepatite

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 18/12/2015
Horário 08:03
 

Entre o ano 2000 e agosto de 2015, o DRS-11 (Departamento Regional de Saúde de Presidente Prudente) registrou 872 casos de hepatite, sendo 369 do tipo B e 503 do tipo C. Em ambas as infecções, o ano de maior incidência da doença na região foi em 2012, com 71 casos de hepatite B e 85 de C. Já em 2013 foram 55 ocorrências da B e 61 da C; em 2014, foram 35 registros de hepatite B e 42 na C; e, neste ano, até o mês citado, foram computados 17 casos da doença do tipo B e 16 do C.

Os dados foram apresentados pelo Bepa (Boletim Epidemiológico Paulista) realizado pelo CCD (Controladoria de Controle de Doenças), que apresenta os números registrados em 16 regiões do Estado mais a grande São Paulo. O maior índice anual da infecção, em ambos os casos da doença, foi encontrado na capital, com 19.680 casos na B e 30.535 na C. Prudente aparece na penúltima colocação no balanço geral dos dois tipos da doença.

Segundo o médico infectologista e membro do grupo do GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica) da Secretaria de Estado da Saúde, José Wilson Zangirolami, o total de casos registrados nos 15 anos na região não é considerado "dentro da normalidade", visto que se enquadra na média de números estipulados em regiões do mesmo porte de Prudente.

Quanto ao total geral, o médico diz que pode ser maior, já que, não só no Brasil, mas em todo mundo, existe o problema da subnotificação. Ou seja, situações que não são notificadas, seja devido ao exame ter sido feito em rede particular, ou pelo fato da pessoa não buscar atendimento no sistema de saúde, entre outras situações e, que, com isso, os casos não são incluídos nas estatísticas.

 

Sintomas

O médico esclarece que as pessoas que possuem as infecções B e C podem ou não ter sintomas da doença. Segundo ele, olho amarelado (icterícia), dificuldade de digestão e forte desconforto abdominal são indicativos da doença. Por isso, José Wilson pontua que algumas pessoas podem ter hepatite e não saber.

No entanto, o especialista informa que há situações em que o vírus é eliminado pelo próprio organismo e ficando imune à infecção. Mas, conforme ressalta, é necessário que as pessoas fiquem atentas e façam exames específicos de hepatite ao menos uma vez na vida, pois a infecção pode se tornar crônica e, neste caso, corre o risco de ocasionar, posteriormente, problemas de cirrose e câncer de fígado. "É recomendado que se faça o exame. É uma forma de se prevenir e saber como está a saúde", orienta.

Além destes tipos da doença, existe ainda a hepatite A – que não se torna crônica –, que é transmitida por água ou alimentos contaminados e é mais comum em crianças. Segundo o médico, esta infecção sara sozinha.

 

Tratamento

O integrante do GVE explica que nem todas as pessoas que contraem hepatite B ou C evoluem para a forma crônica. Explica que no caso da doença crônica o tratamento é à base de medicamentos e nos demais casos a pessoa será orientada pelo médico responsável. Ressalta ainda que o Estado e os municípios mantêm uma "parceria", nas campanhas de divulgação e orientação. Já o atendimento especializado e exames, José Wilson diz que podem ser feitos na rede municipal de saúde.

Segundo o coordenador do programa DST/Aids de Prudente, Jefferson Antônio Saviolo, os testes são realizados na rede municipal, caso o resultado seja positivo, o paciente é chamado para novos exames e, persistindo o resultado, ele é encaminhado para o ambulatório do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo.
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