Engenheira ambiental fala sobre ascensão dos ESGs no mercado empresarial

Leila Maria Sotocorno e Silva indica que o termo se refere à utilização de fatores ambientais, sociais e de governança para se avaliar o quão avançado estão as empresas ou corporações em relação à sustentabilidade

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 07/04/2023
Horário 15:41
Foto: Freepik
ESG não é apenas uma prática a ser adotada, mas sim uma cultura organizacional que requer uma mudança profunda na mentalidade empresarial, indica especialista
ESG não é apenas uma prática a ser adotada, mas sim uma cultura organizacional que requer uma mudança profunda na mentalidade empresarial, indica especialista

A engenheira ambiental, Leila Maria Sotocorno e Silva, concedeu entrevista ao jornal O Imparcial, em que destacou a crescente importância dos ESGs (em inglês Environmental, Social and Governance) no mercado empresarial. Recentemente, Leila iniciou um trabalho que consiste em promover palestras e consultas sobre ESG.

“Sigla, em inglês, que significa Environmental [Meio Ambiente], Social [Sociedade] e Governance [Governança]. Em linhas gerais essa sigla, que parece novidade já existe desde 2004, quando a ONU [Organização das Nações Unidas] lançou o relatório intitulado ‘Quem se importa, ganha!’”, pontua Leila sobre o termo. Segundo ela, o ESG, de maneira bem simplista, refere-se à utilização de fatores ambientais, sociais e de governança para se avaliar o quão avançado estão as empresas ou corporações em relação à sustentabilidade.

Ela ressalta que o ESG não é apenas uma prática a ser adotada, mas sim uma cultura organizacional que requer uma mudança profunda na mentalidade empresarial. “Apenas adotar boas práticas, de maneira isolada e desarticulada, não é mais suficiente para os dias atuais. É necessário que a empresa, a partir da alta direção, envolva todos os seus stakeholders [colaboradores, fornecedores, investidores, clientes, vizinhança] em suas práticas”, explica a consultora ambiental.

Leila pontua que, de maneira geral, cabe às organizações mapear seus aspectos e possíveis impactos positivos e negativos, minimizando os negativos e potencializando os positivos. “Uma empresa que deseja solidez, em uma sociedade cada vez mais consciente, precisa adotar as métricas do ESG, com base em ações em cada um dos seus três pilares: ambiental, social e governança, alinhadas com os objetivos do desenvolvimento sustentável”, ressalta a especialista.

 

A RELAÇÃO COM MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE

Segundo a engenheira ambiental, não existe uma transição padronizada para se adotar esta cultura organizacional, já que o ESG representa a própria sustentabilidade empresarial. “Não existe uma fórmula padrão, cada empresa deverá traçar suas metas e caminhar em seu ritmo. O primeiro passo para uma empresa que deseja adotar um compromisso com a agenda ESG é entender como ela se relaciona com o meio ambiente e com a sociedade”, indica Leila. “A partir daí é possível verificar quais seriam as prioridades da empresa em cada um dos pilares do ESG e traçar metas realistas para cada um deles”, define a consultora. 

 

PARA ALÉM DE BOAS PRÁTICAS

A consultora ambiental destaca que a adoção de práticas de ESG, tais como a substituição de copos plásticos e a economia de materiais como papel, são importantes, mas é preciso compreender que o ESG envolve muito mais do que boas práticas isoladas. “Como já dito anteriormente o ESG, e cada um dos seus pilares [Meio Ambiente, Sociedade e Governança], envolve ações interconectas, integradas, nas quais é possível verificar a mudança de cultura organizacional”, indica Leila.

Com a pandemia, segundo a engenheira ambiental, o ESG ganhou ainda mais destaque no cenário empresarial. Temas como acessibilidade, diversidade, inclusão, transparência, ética e cuidados com o meio ambiente foram impulsionados internacionalmente. Além disso, pesquisas de mercado têm mostrado que os consumidores estão cada vez mais exigentes em relação à responsabilidade social das empresas. A consultora alerta que a reputação de empresas pode ser facilmente abalada, como demonstrado em casos recentes envolvendo empresas como Aurora, Ambev e Americanas. “Nota-se, sobretudo através de pesquisas de mercado que as pessoas também estão cada vez mais atentas e exigentes em relação à responsabilidade social das empre­sas. Em suma, temos que adoção de práticas ESG pode trazer inúmeros vantagens competitivas às empresas, mas sobretudo pode prevenir problemas futuros às organizações”, finaliza a engenheira ambiental, palestrante e consultora Leila Maria Sotocorno e Silva.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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