Ensino superior mobiliza 23 mil estudantes em PP

Mesmo diante à crise, instituições percebem que a educação ainda é prioridade para os prudentinos; números se mantiveram

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 14/09/2018
Horário 08:21

O ensino superior é o nível mais elevado dos sistemas educativos. Certo é que ingressar nesse sistema, como a própria história do Brasil conta, nem sempre foi fácil. Hoje, apesar de ainda haver dificuldades, Presidente Prudente chega aos 101 anos com 23.001 estudantes no ensino terciário, isso a julgar pela soma das quatro principais instituições de ensino desse patamar na cidade: Fapepe/Uniesp (Faculdade de Presidente Prudente), FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), Toledo Prudente Centro Universitário e Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). Em sua maioria, comparados com 2017, os números se mantiveram os mesmos.

O que já é um motivo a ser comemorado, de acordo com a diretora da Fapepe, Lilian Moreira Gualda. Por lá, ela contabiliza cerca de 2 mil alunos matriculados nos 18 cursos presenciais e EAD (ensino à distância). “A gente avalia o cenário como estável, até por conta das questões econômicas que o país está vivendo. Isso mostra que mesmo com as dificuldades, as pessoas ainda estão colocando a educação como prioridade”, avalia.

A mesma estabilidade transcende à Toledo, que manteve os 3,5 mil alunos, resultado da soma dos 10 cursos de graduação e os de pós-graduação nas áreas de Direito, Negócios e Serviço Social. Assim como na FCT/Unesp, que têm 2.650 discentes, nos 12 cursos de graduação. Na única instituição pública da cidade, os números se mantêm em vista das 640 vagas que são oferecidas anualmente. “Não tivemos ampliação dessas vagas em relação ao ano passado”, pontua.

A única variação positiva foi constada na Unoeste, que dispõe da maior quantidade de cursos ofertada na cidade, isto é, mais de 60. Para se ter uma ideia, conforme os números da unidade, a quantidade de ingressantes cresceu 10,56% de 2017 para 2018, ao comparar os dois primeiros semestres de cada ano: foram 2.072 em 2018, conta 1.864 em 2017.

No contingente total, 14.851 estudantes estão matriculados hoje na universidade, o que representa 64,56% da quantidade inicialmente levantada. E numa evolução histórica, a Unoeste mostra o aumento gradativo no montante de discentes. Há cinco anos, em 2013, no primeiro semestre havia 12.205 alunos matriculados. Já em 2008, 10 anos atrás, a instituição de ensino possuía 9.191 alunos.

De professor para aluno

O que os números não mostram, mas é nítido por trás da própria observação dos institutos, é que dentro desse contingente existe boa parte de estudantes que vem de fora e aposta no ensino superior daqui. E quem lida diretamente com eles sabe bem o que isso representa, como o caso do professor Luiz Dale Vedove, que leciona aulas para os cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Fotografia da Unoeste.

Habituado com a utilização de contextos sociais, culturais, políticos ou históricos dentro da sala de aula, com a pluralidade de alunos de outras cidades, para ele, o diálogo fica muito mais interessante. “É incrível perceber as diferenças culturais e, também, no campo das ideias, mesmo quando se tratam de cidades vizinhas, próximas”, pontua.

Em contrapartida, mesmo para quem acha que no ensino superior as dificuldades são nulas, Luiz garante que não. Ainda em sala de aula, ele consegue observar a “batalha” em fazer com que os alunos assimilem o conteúdo dado. Lacuna essa ocasionada pelas deficiências do ensino fundamental, como também observado pelo professor, que se apega ao recente dado do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) - com números ruins -, que justificam esse cenário. Fora isso, a existência da imaturidade, ou melhor, a demora para atingir a idade madura, que reflete na “própria dificuldade de assimilar o conteúdo”, o que “conduz para o desestímulo de aprendizado”, destaca.

Mas no que tange ao ensino superior prudentino como um todo, Luiz avalia que “a oferta é interessante, entre públicas e privadas, com vários cursos excelentes”, uma realidade totalmente diferente do ensino fundamental e médio, no qual o professor ilustra as mudanças que acometeram nos últimos anos, transformando escolas em locais até mesmo sem segurança. “Descaso na educação”, resume.

E para quem apostou no ensino superior daqui, hoje é sinônimo de felicidade. Mariane Pracância, por exemplo, é estudante de Jornalismo na Unoeste, e veio da região de Bauru para estudar aqui. Ela conta que ganhou bolsa e, por isso, foi predestinada para cá, mas tem ficado satisfeita até então. “Comparando com a minha região, existem estruturas melhores, pensando em jornadas e atividades extracurriculares. Acho o ensino de Prudente espetacular, como um todo”, considera.

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