Quase dois anos de pandemia. Hábitos modificados pelas incertezas que exigiram ainda mais da resiliência humana. Para as crianças, acreditamos ter sido ainda mais desafiador! Escolas fechadas e quase sem socialização, em pleno auge de transformação e desenvolvimento da personalidade. O que comemorar neste dia 12 de outubro?
Em meio a tantas tribulações, lá estavam elas, as crianças. No início, talvez algumas possam ter achado interessante passar por uma pandemia, por não saberem ao certo o significado dessa palavra e nem mesmo suas consequências. Achavam até atrativo o fato de não precisar ir para a escola e poder ficar mais perto de suas famílias em isolamento. Afinal, muitos puderam passar dias e dias com a presença ininterrupta de seus pais!
Os dias passaram. Os meses também! E o que era para ser talvez, pequenas férias em família, acabou tornando-se momentos monótonos, que em muitos desencadearam problemas emocionais e déficit de aprendizagem. Salientamos que o ensino online foi a única alternativa plausível para aquele momento. No entanto, é fato que deixou sequelas na aquisição de conhecimentos, competências e habilidades.
Por conseguinte, a vida em família também teve seus percalços. Segundo a revista Veja, artigo publicado em junho de 2020, um levantamento realizado na província chinesa de Xianxim com 320 crianças e adolescentes revela os efeitos psicológicos mais imediatos da pandemia: dependência excessiva dos pais (36% dos avaliados), desatenção (32%), preocupação (29%), problemas de sono (21%), falta de apetite (18%), pesadelos (14%) e desconforto e agitação (13%).
Diante destes acontecimentos, observamos que, a quantidade de horas que passamos com nossos filhos, muitas vezes não é sinônimo de qualidade.
O dever crucial do adulto é o de fortalecer valores, incentivar vínculos com boas amizades e transmitir segurança às crianças, externando a elas o fato de que não estão sozinhas, independentemente do tempo que puderem passar juntos.
Por tudo isso, neste dia 12 de outubro, comemoremos! Não necessariamente lhes dando a boneca mais cara da loja ou aquele carrinho de valor exorbitante que no outro dia, provavelmente, perderá seu encanto. Nosso melhor presente será a presença na vida de nossas crianças, ajudando-as a restabelecer todo este vínculo com o mundo externo que a pandemia possa lhes ter tirado.
Mesmo que pareça ser escasso o tempo, que possamos prezar pela qualidade desses momentos! Que a alegria seja constante! Que a risada seja alta e que os abraços sejam os mais apertados, neste novo recomeço!
