Especialista fala sobre retorno de febre amarela

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 13/11/2016
Horário 17:39
 

As pessoas que precisam viajar para a região de São José do Rio Preto (SP) devem se vacinar contra a febre amarela. O alerta foi emitido pelo GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica), da Secretaria de Saúde do Estado, no começo deste mês, após o registro de mortes de macacos com a doença na região. O engenheiro da seção de Operação de Campo da Diretoria de Serviço Regional da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), Paulo Hiroshi Koyanagui, não descarta a possibilidade do ressurgimento da doença na região de Presidente Prudente, tendo em vista a proximidade com a de São José do Rio Preto, contudo, acredita que as chances são "remotas".

Jornal O Imparcial Elaine: "Último caso por emissão silvestre foi registrado em 1985"

Ele explica que, na região de São José do Rio Preto – onde, segundo a GVE, dois casos de mortes de macacos, entre cerca de 40 suspeitos, foram examinados e receberam confirmação para febre amarela –, houve a emissão silvestre, ou seja, a transmissão para os animais por meio dos mosquitos do gênero haemagogus e sabethes, que picam preferencialmente os macacos. "Quando o homem adentra uma mata e é picado pelo mosquito contaminado, corre o risco de transmitir para a zona urbana, tendo em vista que se este for picado pelo Aedes aegypti, vetor transmissor da febre amarela nas cidades, durante o período de viremia , o mosquito transmitirá a doença para a população", esclarece.

Conforme a educadora de saúde da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), Elaine Bertacco, o último caso de febre amarela por emissão silvestre na região de Presidente Prudente foi em 1985, enquanto por emissão urbana ocorreu no Brasil em 1942. Elaine e Paulo afirmam que o número eminentemente zerado se deu em virtude da erradicação do Aedes na década de 50 – devido a um programa de combate ao mosquito implantado pelo cientista Oswaldo Cruz – e da imunização contra a doença, que precisa ser reforçada quando o indivíduo viaja para Estados ou países onde há alerta de risco, pois a imunização tem validade de dez anos.

O profissional da Sucen denota que, quando há a morte de macacos, o município já fica de sentinela e promove campanhas de vacinação para bloquear uma suposta transmissão. "O parâmetro que define uma situação de risco é o adoecimento e a morte de um macaco. Quando isso ocorre, as autoridades locais já realizam o bloqueio com a imunização da população no entorno e adotam medidas para controle de vetores, sobretudo, os silvestres", diz.

Para Elaine, uma alternativa eficaz é também combater os criadouros do Aedes aegypti nas cidades e, para isso, é preciso a ajuda de toda a população.

A vacina contra a febre amarela é, de acordo com o Ministério da Saúde, recomendada para toda a população a partir dos nove meses de idade, havendo o reforço aos quatro anos de idade. As doses estão disponíveis em qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde) e devem ser aplicadas em pelo menos dez dias antes da viagem para ACRV (Áreas Com Recomendação de Vacina), a fim de garantir o desenvolvimento da imunidade.

 
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