Estado quer vacinação de rebanho em dose única

Anúncio foi feito pelo secretário da Agricultura, Arnaldo Jardim, no lançamento da 2ª fase da campanha, ontem, em Prudente

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 02/11/2016
Horário 08:26


O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, revelou ontem, em Presidente Prudente, que a CDA (Coordenadoria Estadual de Defesa Agropecuária) estuda a possibilidade de alterar a forma de imunizar os bovídeos (bovinos e bubalinos) contra a febre aftosa. A intenção da pasta é deixar de fazer a campanha em duas etapas e assim passar a promover a vacinação em dose única. O anúncio foi feito durante o lançamento da segunda etapa da ação deste ano, que iniciou ontem e segue até o dia 30. "Esta é uma região histórica e emblemática quando falamos em pecuária, por conta da representatividade que tem no setor. Exatamente por isso que a escolhemos para este evento, tão importante para a secretaria", relata Arnaldo. O oeste paulista concentra 1,8 milhão de bovídeos, 17% do rebanho do Estado, que conta com 10,6 milhões de animais.

Jornal O Imparcial Autoridades participaram de vacinação simbólica em um animal, ontem

Para tratar da possível mudança na campanha de vacinação, o titular da CDA, Fernando Gomes Buchala, tem se reunido com representantes dos Estados limítrofes ao território paulista, bem como com outros países. "O Buchala tem discutido com algumas autoridades uma forma de podermos, no futuro, deixar de fazer duas vacinações ao ano. Seria necessário que os cuidados sanitários tomados aqui sejam adotados também nos outros Estados e que os países vizinhos, destacadamente a Bolívia e o Paraguai, de onde temos trazido gado, tenham cuidado semelhante", esclarece Arnaldo. "Nós não podemos só fazer a lição de casa se podemos estar permeáveis aí à vinda de fatores externos. Então, esta compatibilidade é que vai nos permitir aliviar, a médio prazo, a vacina", complementa.

 

2ª etapa

A segunda etapa da campanha deste ano foi lançada ontem, na Fazenda Pagador, onde autoridades participaram de uma vacinação simbólica em um animal da propriedade. Arnaldo pontua que a primeira fase, no primeiro semestre, alcançou 99,43% do rebanho. "Temos certeza que vamos novamente ter a resposta do produtor, participação das entidades e vamos reproduzir este índice. Assim, completaremos 20 anos sem incidência de febre aftosa no Estado", comenta.

Já Buchala expõe que a expectativa é vacinar acima de 99,9% do rebanho. "Na última fase o nível foi da ordem de 99,4%. Esperamos atingir esse índice, sempre com envolvimento da cadeia produtiva, para então chegar aos 100%", retoma. "Vale destacar que este residual de 0,6%, que deixou de fazer a vacinação, recebeu um auto de infração e a vacinação passou a ser compulsória, ou seja, acompanhada pelo serviço oficial, com interdição da propriedade. No final das campanhas sempre temos efetivo de 100% nos animais vacinados", ressalta. Frisa ainda que o valor da multa ao produtor que deixar de vacinar dentro do período de campanha é de 5 Ufesp (Unidades Fiscais do Estado), hoje entre R$ 70 e R$ 80, por animal não vacinado.

 

Na região

Ainda na região de Prudente, Arnaldo entregou a reforma do EDA (Escritório de Defesa Agropecuária) de Presidente Venceslau. Na mesma cidade, visitou a Packing House, casa de embalagens montada pela Associação Campos Verdes, que teve investimento de R$ 800 mil, parte do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável - Microbacias II – Acesso ao Mercado. Já em Santo Anastácio, vistoriou obras do Programa Melhor Caminho.

 

SAIBA MAIS

Recomendações

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, lança algumas recomendações para a vacinação contra a febre aftosa: efetuar a vacinação dos bovídeos em período mais fresco do dia; manter a vacina em uma temperatura adequada, de 2 a 8 graus, para que não congele, o que dificulta absorção, e nem tenha temperatura elevada, o que pode levar a certa perda de eficácia; seringas devem ser sistematicamente trocadas, limpas, para evitar que elas sejam fator de contaminação de algum outro tipo de doença nos animais.

 
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