Foi publicada nesta terça-feira, no Diário Oficial do Estado de São Paulo, uma portaria da Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) que altera o nome do então Assentamento Che Guevara, localizado no município de Mirante do Paranapanema, para Assentamento Irmã Dulce. A medida, assinada pelo diretor executivo do instituto, Lucas Bressanin, já está em vigor.
De acordo com a portaria, a alteração considera "ser de notório conhecimento que a Sra. Maria Rita Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, foi uma mulher que dedicou sua vida a obras de caridade, trabalhos sociais e assistência aos mais necessitados, sendo assim uma figura que tanto contribuiu com o país e foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz".
O nome anterior aludia ao guerrilheiro Ernesto Guevara de la Serna, mais conhecido como Che Guevara, um médico argentino que se tornou líder da revolução cubana.
Em publicação em seu site, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras) descreveu a decisão como "autoritária e antidemocrática", tomada com o objetivo de "descaracterizar o histórico da luta pela terra na região do Pontal do Paranapanema".
Segundo o movimento, a formação do então Assentamento Che Guevara é fruto de uma ocupação de terras realizada pelo MST no dia 1º de novembro de 1991, com mais de 200 famílias de trabalhadores e trabalhadoras oriundos de cidades do interior de São Paulo e do Paraná, tendo a definição de assentamento provisório logo em 1992 e a homologação definitiva em 1994, resultando em um histórico de 30 anos da formação deste assentamento.