Estudo aponta perda de 5,5 t de solo na região
Na área cercada, onde havia gramíneo (uma espécie de grama) a perda de argissolo foi de 1,5 tonelada. Já onde não havia esse tipo de cobertura vegetal, a sedimentação do solo chegou a 4 toneladas.
Um estudo da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), em Presidente Prudente, apontou que a 10ª Região Administrativa do Estado de São Paulo tem perda de solo de aproximadamente 5,5 toneladas por ano, em áreas cobertas e descobertas, em um universo de 10 m² (metros quadrados). As análises foram debatidas durante evento no campus da instituição em comemoração ao Dia Nacional de Conversação do Solo, lembrado ontem. Segundo o professor João Osvaldo Rodrigues Nunes, coordenador do Laboratório de Sedimentação e Análise do Solo da Unesp, isso ocorre porque o terreno encontrado na região é "extremamente arenoso". "Ao logo dos anos, devido à ocupação de áreas onde havia vegetação e ação da agropecuária, o solo veio sofrendo ações diretas que prejudicaram a sua recuperação". Para ele, este cenário de erosões e assoreamento é "extremamente grave".

Nunes: "A erosão e o assoreamento são extremamente graves, e falta muita conscientização"
O trabalho, que foi realizado em parceria com a Etec (Escola Técnica Antonio Eufrásio de Toledo) – antigo Colégio Agrícola –, em uma amostragem na área da instituição, em Prudente - apontou a perda de solo em duas situações, com e sem cobertura por grama. Na área cercada, onde havia gramíneo (uma espécie de grama) a perda de argissolo foi de 1,5 tonelada. Já onde não havia esse tipo de cobertura vegetal, a sedimentação do solo chegou a 4 toneladas.
O professor explica ainda que essa ação direta do homem provocou diversas formas de ruínas. "Hoje podemos encontrar diversos sulcos, ruínas e voçorocas e, a única forma de recuperar essa degradação é uma ação direta envolvendo os poderes público e privado. Falta muita conscientização e, por isso, esse trabalho de restauração vem ocorrendo de forma lenta", alerta.
Além da apresentação desses dados, o evento forneceu, no período da tarde, dois minicursos: "Recuperação de Áreas Degradadas" e "Técnicas Aplicadas no Controle de Erosão e Práticas de Ensino em Geomorfologia de Pedologia". Já durante a noite, os interessado participaram da palestra "Manejo de Solo em Reservatórios de Usinas Hidroelétricas" e da atividade de encerramento que celebrou os 10 anos do projeto "Trilhando pelos Solos". Ao mesmo tempo, os visitantes puderam conhecer de perto amostras do solo na região, em painéis expostos no laboratório.
Cati
A Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), em Prudente, também promoveu um evento alusivo à data para a conscientização da conservação do solo. A iniciativa foi realizada na manhã de ontem, em Anhumas. No encontro os participantes tiveram acesso às palestras "Conservação de Solo: Investimento, despesa ou obrigação?", "Legislação Estadual de Conservação de Sol: Punição ou Educação?", "Feap e o controle de voçoroca: Pagar tudo ou 10%?".