Testemunho de fé e gratidão. O libanês Nasrat Mohamad Jamil Rassoul, 64 anos, ex-membro de um cartel colombiano e agora pregador religioso, esteve em Presidente Prudente nesta semana, recepcionado pela Adhonep – associação de homens de negócio do Evangelho pleno. Ele visitou a Igreja Batista Comunidade da Família, destacando o amor, a vida, e que todos merecem mais uma oportunidade, uma segunda chance. Nascido em lar islâmico, tendo a família paterna até hoje seguindo rigorosamente essa religião, chegou ao fundo do poço, mas escolheu agarrar-se às mãos de Jesus Cristo, quando Ele o visitou no Complexo Penitenciário da Papuda, onde estava preso depois que foi pego pela Polícia Federal em uma das maiores apreensões de cocaína, 7,5 toneladas, em Guaraí (TO), em 1994. E ali ele se converteu ao Cristianismo.
Especialmente agora, quando o mundo está presenciando uma guerra entre Hamas e Israel, muitos lhe perguntam sobre. E ele diz que não tem nada a ver religião com guerra. Que são grupos extremistas e é preciso separar isso.
Pela segunda vez na cidade, Jamil, que vem mais uma vez dar seu testemunho de vida, diz que não pode dizer que possa oferecer alguma coisa como pessoa. “Mas tem Alguém maior que eu que pode oferecer. Que é Jesus Cristo. A minha história é uma história universal, que serve para qualquer lugar, qualquer terra. Porque o problema que eu passei, ou as pessoas passam, tem cura. Eu creio na segunda oportunidade para qualquer pessoa. Numa segunda chance. Um novo começo”, enfatiza o pregador, salientando que independe do que a pessoa já fez na vida, porque ele fez as “piores coisas” e hoje está no meio de pessoas honradas.
Jamil diz que não se pode apontar quando não se sabe qual o momento emocional que aquela pessoa que fez ou viveu algo passou. Todos falarão e errarão na vida. Então, sua história pode servir muito bem para quase 90% das pessoas. “Um tempo atrás, eu achava que era uma pessoa que vivia acima de qualquer suspeita. Mas todas as suspeitas estavam na minha vida. As pessoas podem cometer qualquer deslize em algum momento da vida por um engano, uma necessidade passageira que torna-se uma coisa gigante aos olhos. Entra no caminho que não deve...”, pontua o pregador que nasceu no Líbano, caçula de 11 filhos, criado apenas pela mãe, pois seu pai faleceu quando ele era pequeno. Passou seis anos de guerra civil no Líbano. E depois saiu de lá.
Jamil conheceu a verdadeira Palavra do Senhor, ali no cárcere. Seu companheiro, um colombiano, ganhou um livro num dia de visita. E Jamil ficou feliz, porque teriam alguma coisa para ler ali dentro daquele lugar horrível, que só conhece a condição de preso, aquele que foi preso. Ele pediu para ver, e quando leu a Bíblia Sagrada, devolveu na hora. Mas ele pede para ver uma segunda vez, porque queria fugir dos seus pensamentos que o levavam para um abismo. E, para sua surpresa, foi tão lindo abrir ali no Salmo 23. Ele diz que o tocou como se fosse alguém abraçando um filho. Se sentiu abraçado por alguém tranquilizando o seu coração naquela hora.
“Eu amei aquilo. Me senti tranquilo. ‘Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo’. Imagina pra alguém que perdeu a liberdade. Numa situação daquela. Pensando em quando mandariam me matar. Porque eu era um arquivo aberto, e alguém me abraça e diz ‘Eu sou seu pastor. Eu estou aqui”, narra Jamil, afirmando que ali descobriu o grande amor de Deus. Aquele que tem o maior amor do mundo, que tudo perdoa.
Jamil acentua que é uma pena que as pessoas não conheçam a Bíblia Sagrada. Porque quando se conhece essa verdade, quando Jesus falou, “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Imagina o seu estado, que não acreditava naquilo. E de repente, ser confrontado com algo tão sublime. Ao invés de ser acusado, repreendido, alguém estava o abraçando com palavras de amor. A humanidade precisa ser abraçada dessa forma.
“Deus me conquistou com a palavra de amor mostrando sua grandeza, sua nobreza. Ele mostra o sacrifício que fez por nós. Não somos merecedores de um sacrifício tão nobre, tão grande. Renunciar a si mesmo por causa de alguém que parecia significante. Esse amor que me constrange realmente. Como perdi tantos anos de vida sem conhecer essa verdade?”, se perguntou.
Jamil diz que depois que se conhece a verdade, começa a praticá-la de algum modo ou outro, embora sejamos falhos tentamos fazer algo bom. “Mas quando não conhece essa verdade, a gente vai pela natureza, pelo instinto fazendo o que nos convém. Ao modo automático, individual e egoísta. E isso me atingiu. Tocou-me fundo. Fez-me reconhecer até meus erros. Ali vi minha pequenez. Naquela hora eu realmente senti o quão insignificante era diante de uma glória tão grande!”, exclama.
E Jamil novamente menciona a glória de Deus na Bíblia. “Deus disse ao povo judeu que não os escolheu por serem numerosos, nem mais fortes do que os demais. Mas porque Ele os amou. Não importa a condição. Ele disse que ‘não foram vocês que escolheram a mim. Mas eu os escolhi’. Isso é gigantesco. Ali era a minha segunda chance. O tempo da minha cura. Da cura do meu coração. Ele precisava falar intimamente comigo”, exalta o pregador, salientando que Deus pode mudar a situação, Ele faz o milagre, o impossível acontecer.
Jamil ressalta que precisamos ouvir a palavra de Deus. E ele agradece a Deus por tê-lo achado. “Eu não procurei a Deus. Ele me encontrou. Ele foi atrás de mim. Ele foi me buscar. Eu era aquela ovelha perdida. Eu estava rejeitando tudo e Ele se apresentou e me abraçou”, agradece ao Pai, pois nem ele acreditava mais na sua pessoa que desonrou sua mãe, toda a sociedade que o conhecia. “Eu achava que minha vida não valia a pena. E vem Deus, me olha e diz: ‘vale a pena esperar mais um pouco’”, frisa aquele que se converteu três meses após sua prisão quando conheceu o principal livro dos livros, a Bíblia, qual ele nasceu e havia sido educado com um pensamento totalmente contrário. “Foi sobrenatural”, denota.
O pregador cita que estamos vivendo um tempo totalmente contrário àquele que vivemos em outras épocas. Muitos atrativos, muitas coisas são oferecidas aos jovens que são os mesmos de outrora, mas o tempo, a tecnologia, as vestes mudam. A diferença está que no passado, fomos ensinados a respeitar. Hoje, pela liberdade que existe, ninguém respeita, e a consequência pode ser vista dentro da casa, na família, desobediência aos pais, nos relacionamentos, que já não duram mais.
“Quando respeito os meus, o pai, a mãe, consequentemente, começo a respeitar os outros lá fora. Começo a tratar muito bem aqueles de mais idade, começo a levantar para alguém sentar, e assim, por aqueles costumes que, infelizmente, eram bons. Deus se agrada das pessoas que respeitam, que amam, que reconhecem, que são gratas”, acentua.
Segundo Jamil, o tempo hoje é desenfreado ao egoísmo pessoal. Os jovens hoje em dia, são atraídos pela propaganda, pelo brilho, pelo argumento de tantas coisas, e eles querem o mais rápido. E o mais rápido pode ser muito caro.
“Por isso existem tantos suicídios hoje em dia. Muitos homens descobrem que o videogame não é a vida real. Que as etapas do jogo que ele consegue passar rápido, na vida real não é possível. Eles não conseguem lidar com isso. Gera confusão, problema”, pontua.
