Exportações sofrem retração de 14,6% na 10ª RA

PRUDENTE - Jean Ramalho

Data 28/07/2016
Horário 08:45
 

O dólar em baixa fez com que as exportações da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo caíssem 14,6% durante os primeiros seis meses de 2016, no comparativo com o mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e junho deste ano, a região de Presidente Prudente enviou US$ 248.662.117,00 ao exterior, enquanto que no primeiro semestre de 2015, as transações envolveram US$ 291.287.209,00. Diferença que resultou em um encolhimento de US$ 42.625.092,00 nas movimentações com outros países.

Jornal O Imparcial Exportação de subprodutos da extração do óleo de soja caiu

O resultado foi divulgado pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e envolveu 23 municípios da região de Prudente. Com US$ 69.002.719,00, Prudente sozinha foi responsável por 27,7% do total transacionado com o exterior. Na sequência veio Junqueirópolis, que exportou US$ 45.122.802,00 durante o primeiro semestre, e Quatá, com US$ 25.213.955,00.

Entre os principais destinos das mercadorias produzidas na região e encaminhadas ao exterior, a China lidera em cinco cidades. É o caso de Adamantina, que exportou o equivalente a US$ 2.053.652,00 ao país asiático durante os primeiros seis meses de 2016. Além de Iepê, com US$ 1.372.498,00; Lucélia, com US$ 2.771.768,00; Mirante do Paranapanema, com US$ 3.581.330,00; Presidente Epitácio, com US$ 13.828.405,00; e Prudente, com US$ 23.650.045,00, o equivalente a 52,4% de suas exportações totais.

A cana-de-açúcar e seus similares ainda estão entre os principais produtos exportados pelas cidades da região. A mercadoria lidera em 4 dos 23 municípios considerados no balanço. A região exporta ainda produtos mais comuns, como sementes, frutas, carnes de animais da espécie bovina e couro, mas também negocia artigos como microfones, fornos industriais e fatos de treino para desporto, como conjuntos de esqui, maiôs, biquínis e calções.

 

Cenários desfavoráveis

Com a maior parte de suas exportações baseadas na cana-de-açúcar, Mirante do Paranapanema viu suas negociações com outros países despencarem 54,8% no comparativo entre os semestres. Em 2015, de janeiro a junho, a cidade transacionou US$ 36.991.792,00 com o exterior, enquanto que neste ano este valor alcançou US$ 16.697.932,00.

E a cana-de-açúcar foi justamente a principal responsável por esta queda, com uma redução de 61,68%, dos US$ 36.991.792,00 em 2015, para US$ 14.176.956,00 neste ano. Cenário parecido com o registrado em Rancharia, mas que teve a influência das exportações das carnes e miudezas frescas, refrigeradas ou congeladas das aves. A cidade deixou de exportar US$ 14.605.681,00 neste ano, consequência de uma queda de 58,92% nas remessas do produto ao exterior.

 

Dólar em baixa

Já em Osvaldo Cruz, os vilões foram os subprodutos resultantes da extração do óleo de soja, que caíram 51,09% e reduziram os lucros da cidade com exportação dos US$ 45.085.508,00 de janeiro a junho de 2015, para US$ 24.750.286,00 no primeiro semestre deste ano: uma queda de 45.1%. Para o diretor regional substituto do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Itamar Alves de Oliveira Júnior, a retração registrada na região foi influenciada por alguns setores determinantes, que, por sua vez, podem ter sido impactados por questões climáticas, mas principalmente pelas constantes baixas no dólar.

"Houve uma diminuição da produção de grãos com relação ao ano passado, devido à seca nas regiões produtoras, e isso pode ter prejudicado sua produção em Osvaldo Cruz. Já com relação à carne ou à cana-de-açúcar, a queda do dólar pode ter dificultado a renovação de contratos e isso reflete nas exportações. Mas são quedas específicas no mercado que prejudicam a esfera global de toda a região", comenta.

 

Balança comercial

Se as exportações caíram 14,6%, a retração das importações foi ainda mais expressiva, com queda de 32,3% no comparativo entre os semestres, passando dos US$ 17.541.861,00 em 2015, para US$ 11.869.804,00 neste ano. Como resultado, a balança comercial da região fechou o semestre com uma queda de 14,5%. No ano anterior, a diferença entre o que foi exportado e importado na região atingiu US$ 273.745.348,00, enquanto que neste ano o cenário ficou em US$ 233.881.651,00.

 

Balança comercial da região






















































































































































































Município



UF



EXPORTAÇÃO (R$)



IMPORTAÇÃO (R$)



SALDO (R$)


Adamantina

SP



7.874.711



132.223



7.742.488


Alfredo Marcondes

SP



2.055.601



965.391



1.090.210


Álvares Machado

SP



2.725.599



178.056



2.547.543


Dracena

SP



309.390



205.246



104.144


Iepê

SP



1.372.498



0



1.372.498


Indiana

SP



0



100.571



-100.571


Irapuru

SP



0



0



0


Junqueirópolis

SP



45.122.802



0



45.122.802


Lucélia

SP



5.033.248



4.799



5.028.449


Mariápolis

SP



0



0



0


Mirante do Paranapanema

SP



16.697.932



0



16.697.932


Osvaldo Cruz

SP



24.750.286



901.467



23.848.819


Pauliceia

SP



7.780



0



7.780


Pirapozinho

SP



12.272.460



3.811.436



8.461.024


Presidente Epitácio

SP



20.718.999



1.440.271



19.278.728


Presidente Prudente

SP



69.002.719



3.620.385



65.382.334


Presidente Venceslau

SP



5.868



0



5.868


Quatá

SP



25.213.955



466.794



24.747.161


Rancharia

SP



11.587.411



8.633



11.584.850


Regente Feijó

SP



1.919.049



8.633



-1.018.512


Santo Anastácio

SP



1.973.549



8.633



1.959.844


Tarabai

SP



18.260



8.633



18.260


Teodoro Sampaio

SP



0



8.633



0


Total  

248.662.117



11.869.804



233.881.651


Fonte: MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)

 

 
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