Da terra brotam coisas que mostram quão poderoso é Deus e toda a sua criação! O alimento que supre as necessidades do ser humano, a água que sacia a sua sede, o petróleo, minério riquíssimo que tem várias utilidades para a vida das pessoas, como combustível, fabricação de uma infinidade de produtos, etc. E seguindo esse mesmo raciocínio das maravilhas dEle, há homens que ainda recebem dEle o dom de transformar a argila, o barro em verdadeiras obras de arte. E isso pode ser comprovado de perto na Passarela das Artes, na Apea (Associação Prudentina de Esportes Atléticos), até amanhã, na exposição de "Esmaltados - a arte revolucionária da Cerâmica!", do oleiro Américo Gomes, conhecido como Tutti, 43 anos, de Indiana para o mundo. A entrada é gratuita.

De Indiana, Tutti tem o dom de transformar o barro em arte através do seu trabalho

O artista. Sim, quem consegue transformar o barro em verdadeiras obras de arte só pode ser denominado assim: um artista. Tutti, diz que no local estão cerca de 20 vasos, estilo vietnamitas, qual ele diz ser o pioneiro desse tipo de arte no Brasil.

"Fiquei 20 anos fora da minha terra, desses 14 anos pesquisando para desenvolver esse trabalho, quando para cá retornei, pois foi onde encontrei a melhor argila em nossa região. Na exposição apresento a evolução nacional da cerâmica com o barro bruto; a argila trabalhada; moldada no torno pelo oleiro; a primeira e a segunda queima, onde verifica pela queimada em alta temperatura", explica o oleiro.

Todas as peças estão à venda em um valor a partir de R$ 250 a R$ 1,100 mil.

 

Como tudo começou

Tutti enche a boca para falar da satisfação que sente a cada nova peça trabalhada. Ele diz que chega até a comentar com os seus clientes que isso é sua vida, é algo de total dedicação e amor. "Nasci dentro de uma olaria, meus irmãos eram oleiros... eu não gostava de estudar e resolvi que aprenderia tudo sobre a argila. Fui para Santa Gertrudes , maior polo de cerâmica de pisos da América Latina, ficando atrás apenas da Itália e China", conta Tutti.

Chegando lá, ele comenta que começou a pensar no porque o pessoal não tentava colocar os esmaltes que utilizavam nos pisos, em vasos. "Foi quando comecei a tentar tudo nessa criação e recebi um convite para trabalhar em Bragança Paulista, em um ateliê de cerâmica, onde conheci os fornos a gás . Então quando eu ia para lá, levava os vasos para queimar no forno deles.

"Fazíamos peças para muitos famosos como Willian Bonner, Rubinho Barricello, para a Rede Globo e outros tantos... Mas, me decepcionei um pouco. Quando a gente cria algo novo e precisa esperar para saber se deu certo, qual foi o resultado, se tem qualidade ou não, pois bem, seis meses depois comecei a ver os defeitos. A argila apresentava umidade, por ser muito porosa, diferente da nossa região que é mais plástica e foi quando retornei", ressalta.

 

De pai pra filho

Tutti não se cansa de dizer que fica feliz em saber que comanda um negócio que tem o respeito de muita gente e, principalmente por evidenciar a região que é carente e hoje recebe um público classe A, por conta dos seus produtos.

"Hoje nossos produtos não perdem em nada para os importados, que são o forte. Comecei a divulgar há cinco meses e fico grato. Olha, nessa crise que todo mundo se encontra hoje, eu digo que a minha é falta de material para oferecer, graças a Deus!", exclama o empresário.

Tutti fala com alegria sobre todos os filhos trabalharem com ele desde pequenos. "Eles sempre demonstravam prazer em estar ali junto comigo. Um deles, que está fazendo arquitetura, trabalhava na linha de produção! Ele está se preparando para uma nova empresa de iluminação de argila branca, negra vindas de São Paulo", destaca o profissional.