Lampião e lamparina, rádio, sonata e discos de vinil, uma vassoura de palha e uma enceradeira que dava um brilho incrível no piso de vermelhão, taco ou assoalho... Estas são apenas algumas das peças antigas, que compõem uma exposição na Escola Estadual de Ensino Integral Placídio Braga Nogueira, de Presidente Prudente. A atividade integra o "Projeto Folclore", que segue até o dia 31 de agosto, na sala de leitura. No local, não tem como não notar quão rústicos e charmosos eram os utensílios de antigamente.
"Banquete Literário" é uma das atrações da sala de leitura
São peças clássicas, e apesar de antigas, com uma qualidade impressionante. É como expõe Eliana Aparecida Cotini de Melo, 48 anos, professora responsável pela sala, que menciona tratar-se de uma mostra que retrata e faz com que os alunos e demais visitantes reflitam em como era o estilo de vida de seus antepassados. As dificuldades diante da modernidade, das facilidades que todos têm hoje. E como tudo era bonito e de uma durabilidade que atravessa décadas e mais décadas.
Segundo a docente, apesar do envolvimento de muitos estudantes da escola, cerca de 20 alunos, especialmente do 7º ano, colaboraram ativamente, levando peças de seus avós, como é o caso de Breno Gonçalves Lima, 11 anos, que levou um ferro de passar à brasa, uma lamparina, panela de barro, torrador e moedor de café, um cilindro de pão, entre outros objetos. "Nossa fico muito feliz em ver a admiração das pessoas ao tocarem uma peça dessas . Para mim, é algo comum, pois desde que nasci tenho contato com tudo isso. Minha avó tem muita coisa. Realmente é tudo muito interessante e bonito!", exclama.
Telefone, carteira de sala de aula antiga, filmadora, videocassete, disquete, máquina de datilografia, entre outros artigos podem ser vistos na mostra. Karollayne Cristina Soares da Silva, 12 anos, estava encantada olhando cada detalhe e não dizia uma palavra! "Hoje é tudo tão prático. A gente olha, analisa e acaba viajando por longos anos atrás, pensando em como tudo era feito", raciocina Nivaldo Jorge de Paiva Júnior, 12 anos.
Berta Lúcia da Silva Fortunato complementa que levou a enceradeira da avó e a história dela é bem interessante. "Minha avó diz que veio do interior do Nordeste muito novinha e após seu primeiro pagamento comprou com muito sacrifício essa enceradeira. É algo que para muitos não tem valor nenhum, mas pra gente tem toda uma história por traz de cada item deste", ressalta.
Brincadeira de criança
Videogame, computador, smartphones, tablets e outras modernidades da era da informática são elementos que chamam atenção da criançada hoje em dia. Na exposição da escola, estão brinquedos desprezados pela garotada de hoje como vai-e-vem (década de 80), bilboquê, pé de lata, corda e até uma pipa que demonstra o quanto este brinquedo é tradicional.
O professor de Educação Física, que levou uma carteira de sala de aula antiga, foi quem disponibilizou todos esses brinquedos. Mas a maior colaboradora foi a professora Rita de Cássia Moretti, que levou peças da década de 20, 30, 50... "É muito gratificante poder contribuir com o resgate histórico, da cultura brasileira, do folclore, dos nossos hábitos. Muitos destes elementos foram amontoados num canto da casa ou jogados fora. Eu preservo tudo, porque sou uma apaixonada por decoração vintage", destaca Rita de Cássia.
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COMUNIDADE ESCOLAR
A exposição, que segue até o dia 31, pode ser vista por toda a gestão escolar, funcionários da unidade, alunos e seus familiares. Além da mostra, na mesma sala está uma mesa denominada "Banquete Literário", onde estão expostos livros sobre o folclore, quadrinhos, cantigas de roda, entre outros títulos, com o objetivo de fomentar e aguçar a leitura.
