Facção paulista domina maior parte das unidades

PRUDENTE - JEAN RAMALHO

Data 13/01/2017
Horário 08:55
 

Mas ao contrário do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus (AM), e da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), as unidades prisionais da região de Presidente Prudente não misturam facções criminosas. Ou seja, cada estabelecimento carcerário abriga um grupo dominante. O que, para o Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), evita que barbáries como as que ocorreram em outros Estados se repitam em São Paulo.

"Dentro dos presídios paulistas, as unidades são separadas por facções. Então, por conta disso é difícil acontecer massacres assim no Estado de São Paulo. Não é impossível, mas é difícil", afirma o presidente do sindicato, Daniel Aguiar Grandolfo.

Entre as 25 unidades prisionais espalhadas pelo oeste paulista, apenas duas não são controladas pela facção da capital paulista que atua dentro e fora dos presídios do país, segundo o Sindasp. A Penitenciária de Tupi Paulista, que abriga os chamados "presos sem camisa", que são aqueles sem facção, mas é dominada por outro grupo criminoso de São Paulo, e a Penitenciária Wellington Rodrigo Segura de Presidente Prudente, controlada por integrantes de uma facção do Rio de Janeiro.

Por isso, mais do que todo esse aperto ocasionado pela superlotação, para Grandolfo, o que ajudou a inflamar o clima tenso nas unidades prisionais foi a transferência dos líderes da facção criminosa da capital para o RDD (regime disciplinar diferenciado). "Tem cela que abriga 16 presos, enquanto deveria acomodar apenas seis. Isso deixa o clima nos presídios muito conturbado e a insegurança predomina. Mas o maior problema no momento é o risco de rebeliões por conta da transferência dos líderes de um grupo criminoso", relata.
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