Faturamento com comércio eletrônico cai 30,4%

PRUDENTE - Jean Ramalho

Data 29/06/2016
Horário 11:43
 

O comércio eletrônico teve uma queda de 30,4% no faturamento durante o 1º trimestre deste ano na região de Presidente Prudente. Os dados foram divulgados pela Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) e colocam a 10ª RA (Região Administrativa) no último lugar entre as 16 regiões analisadas. Descontada a inflação, o faturamento real do chamado e-commerce atingiu R$ 44,4 milhões entre janeiro e março deste ano na região. Uma diferença de R$ 19,4 milhões, se comparado aos R$ 63,8 milhões obtidos no mesmo período de 2015.

A participação do e-commerce no varejo restrito regional, que não considera o faturamento dos setores de material de construção, autopeças e acessórios e concessionárias de veículos, também apresentou queda. De acordo com o levantamento, as vendas online tiveram uma participação de 3,9% no montante transacionado pelo comércio varejista da região, entre janeiro e março de 2015. Enquanto que neste ano, essa cooperação caiu para 2,7%, com um total de 117 mil pedidos, com tíquete médio de R$ 379,36.

Apesar de mais expressivos, os números da região de Prudente seguem a tendência apresentada pelo restante do Estado. Conforme a pesquisa, o comércio eletrônico paulista registrou faturamento real de R$ 3,6 bilhões no primeiro trimestre de 2016. Um recuo de 7,4% na comparação com o mesmo período de 2015. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o setor amarga retração de 2,7%.

Assim como na região, a participação do comércio online nas vendas do varejo paulista também caiu e passou de 3,6% nos primeiros três meses de 2015 para 3,3% no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período, o número de pedidos online no Estado atingiu 9,529 milhões, ante os 10,267 milhões registrados em janeiro, fevereiro e março do ano passado.

 

Inversão

De acordo com o assessor econômico da Fecomercio, Vitor França, a pesquisa revela uma inversão do movimento apresentado em 2015, quando a região metropolitana de São Paulo apresentou números piores que de outras regiões do Estado. No período, a região de Prudente ocupou a quarta posição no ranking de participação do e-commerce no varejo restrito paulista, passando de 3,3% para 3,9%. "Em 2015, a região metropolitana apresentou os piores números, até porque a crise afetou primeiramente essa região", comenta o assessor.

E foi justamente o agravamento da crise que pode ter feito o faturamento da região de Prudente despencar 30,4% no primeiro trimestre. Isso porque, segundo Vitor França, como normalmente as vendas do e-commerce se concentram em itens de maior valor e de importância secundária, os consumidores podem ter optado pelo comércio físico, composto sumariamente por bens de primeira necessidade. "O e-commerce trata-se de um setor que não vende bens de primeira necessidade, como medicamentos e alimentos. Então, com a crise, o consumidor é obrigado a priorizar os gastos, com isso itens comuns no comércio online, como produtos eletrônicos e móveis, são deixados em segundo plano", analisa.

 

Empresariado

Para os principais interessados nesses números, os empresários, a queda nas vendas e, consequentemente, no faturamento, foi ainda mais intensa e perceptível do que aponta a pesquisa. Pelo menos na opinião de Claudionor Luiz de Andrade, proprietário da Relojoaria Hora Certa, que possui cinco unidades físicas e a loja online. "A meu ver, as vendas caíram até 90% na loja online. Tanto que estou fazendo estudos com relação a sua manutenção. Porque na situação em que estamos, o comércio eletrônico se tornou totalmente inviável", afirma o empresário.

 
Publicidade

Veja também