A Unimed Presidente Prudente apresentou na Feicorte 2025, nesta quinta-feira (19), as soluções oferecidas pelo programa SOU (Saúde Ocupacional Unimed) especialmente para o setor agropecuário. O serviço é apontado como um dos principais aliados do produtor rural no enfrentamento da escassez de mão de obra qualificada, problema crescente que ameaça a continuidade da produção no campo.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), o número de trabalhadores ocupados no agro paulista caiu nos últimos dois anos. No primeiro trimestre de 2025, apenas 642 mil pessoas estavam empregadas em atividades rurais em São Paulo, representando apenas 2,5% da força de trabalho do estado. Esse número é inferior aos 713 mil registrados no quarto trimestre de 2023, evidenciando a redução contínua da mão de obra rural.
Esse "apagão silencioso", como vem sendo chamado, afeta diretamente a produtividade e a competitividade do agro paulista, que mesmo em crescimento — 5,8% em 2024 e 3,2% no primeiro trimestre de 2025 — sofre com atraso nas colheitas, perda de eficiência e dificuldades para implementar novas tecnologias por falta de profissionais qualificados.
Durante a palestra na Feicorte, Osvaldo Saraiva, médico, diretor administrativo-financeiro da Unimed Presidente Prudente e gestor de empresa rural familiar, destacou a importância da saúde ocupacional como ferramenta para valorização e retenção de trabalhadores no campo.
Segundo o médico, a legislação brasileira já obriga os empregadores do campo, independentemente do porte da propriedade, a garantir condições adequadas de saúde e segurança aos seus colaboradores, conforme determina a NR-31. Ainda assim, muitos produtores desconhecem ou negligenciam essa exigência, o que aumenta o risco de acidentes e afastamentos. Só em 2022, o setor agropecuário brasileiro registrou 22.247 acidentes de trabalho, dos quais 7.143 foram graves e 5.912 resultaram em morte, de acordo com o Observatório Digital de Saúde e Segurança no Trabalho (MPT e OIT).
“Desde 2023 a NR-31 é obrigatória, você tendo um, dois ou mais colaboradores. Os estudos mostram que a saúde ocupacional dentro do campo acaba fidelizando os seus colaboradores em cerca de 20 a 30%. Isso porque o grau de felicidade das pessoas trabalhando de uma forma mais segura faz um ambiente mais virtuoso, aumentando, assim, a sua produtividade. E hoje a gente não consegue trabalhar ou trazer pessoas de fora do campo da cidade sem essas práticas já muito bem implementadas, gerando estresse e sobrecarga nos colaboradores que já estão trabalhando, e trazendo uma queda na produtividade e até a saída da atividade”, diz o dr. Osvaldo.
O programa SOU da Unimed oferece uma estrutura completa para atender às exigências legais e melhorar o ambiente de trabalho rural. Entre os serviços disponíveis estão os exames admissionais, periódicos e demissionais, controle e orientação sobre o uso correto de EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais), treinamentos obrigatórios, elaboração de relatórios e assessoria técnica e jurídica para adequação à NR-31. “A Unimed veio aqui apresentar o seu o seu braço de ação, que é o Saúde Ocupacional. Nós temos excelência em toda essa regulamentação”, destaca.
Durante o evento, A Unimed ainda reforçou que as propriedades que investem em saúde e segurança conseguem reduzir os índices de afastamento e aumentar a produtividade em até 25%, além de melhorar o clima organizacional e atrair jovens profissionais para o campo — uma demanda urgente, considerando que o agro perdeu aproximadamente 21% dos jovens trabalhadores na última década, segundo dados do IBGE/Caged.
“A Unimed é a empresa que mais presta serviço de saúde ocupacional ao produtor rural, e estivemos presentes na Feicorte com o objetivo de compartilhar conhecimento e divulgar alternativas com relação às questões e às dificuldades de contratação do setor do agronegócio", enfatiza o médico e gestor rural.
A proposta reforça a ideia de que o campo, além de tecnologia e inovação, precisa ser um ambiente seguro, humano e atrativo para as novas gerações. Sem isso, o crescimento econômico do agro pode ser comprometido pela falta de pessoas dispostas e capacitadas para manter a produção.
