Felizes e infelizes

OPINIÃO - Hélio Martinez

Data 17/08/2017
Horário 11:35

Muito se discorre sobre a felicidade. Ela é imensamente procurada. Cediço que a felicidade não é perene. Ao revés ela é efêmera, passageira, e, por vezes, nem mesmo a vemos ou a sentimos. É que achamos normal sermos felizes. Muito já escrevi sobre o tema. Ocorre que recebi de “Gotas de Crystal” uma crônica sobre a matéria. Achei lindo e resolvi partilhá-la com os leitores, pelo menos, em pinceladas.

Diz ela em alguns trechos: “existem pessoas admiráveis andando em passos firmes sobre a face da Terra. Grandes homens, grandes mulheres, sujeitos exemplares que superam toda desesperança. Tento compreender como conseguem levar a vida de maneira tão superior à maioria. Busco o mistério. Tento ler seus gestos e aprender com eles. De tanto observar, consegui descobrir alguns pontos em comum entre todos e o que mais me impressiona é que são felizes. A felicidade, essa meta por vezes impossível, é parte deles, está intrínseco”.

“Vivem um dia após o outro desfrutando de uma alegria genuína, leve, discreta, plantada na alma como uma árvore de raízes que força nenhuma consegue arrancar. Ocorre que, dos felizes que observei, nenhum teve a vida perfeita. Não são famosos. Nenhum é milionário, alguns vivem com muito pouco. Nenhum tem saúde impecável ou família sem problemas. Todos enfrentam e enfrentaram dissabores de várias ordens. Mas, paradoxalmente, continuam discretamente felizes. O primeiro hábito deles em comum é a generosidade. Mais que isso: essas pessoas tem prazer em ajudar, dividir, doar-se. Ajudam com sorriso imenso no rosto, com desejo verdadeiro e sentem-se bem para nunca relembrar ou cobrar o que foi feito e jamais pedir algo em troca. Os felizes costumam oferecer ajuda antes que se peça. Ficam inquietos com a dor do outro e querem colaborar de alguma maneira. São sensíveis e identificam as necessidades alheias antes mesmo de receber qualquer pedido. Os felizes, sobretudo, doam o próprio tempo, suas horas de vida, dividindo o que tem, ainda quando muito pouco”.

“Pois bem. E os infelizes? Eles costumam ser egoístas. Negam qualquer favor. Reagem com irritação ao mínimo pedido. Quando fazem, não perdem a oportunidade de relembrar cobrando o que fizeram. Não gostam de ter a rotina perturbada por solicitações dos outros. Se fazem uma bondade qualquer, calculam o benefício próprio e seguem assim, infelizes, cada vez mais”.

“O segundo hábito dos felizes, tornando a eles, é a capacidade de explodir alegria com o êxito dos outros. Os felizes vibram tanto com o sorriso alheio que parece um contágio. Talvez esse seja o segredo da felicidade, até porque os infelizes fazem o contrário. Tratam rapidamente de encontrar um defeito no jubilo do outro. Seguem infelizes, sem saber o porquê disse. Finalmente, o terceiro hábito dos felizes é saber aceitar o próprio como ele é. Com todas as imperfeições. Sabem ouvir sem julgar. Sabem opinar sem diminuir e sabem a hora de calar. Sorriam sempre por que isso é uma forma de dizer: amo você!” Pois bem. Essas são pequenas pinceladas mas que são de incomensurável grandiosidade na elucidação dos mistérios da felicidade e da infelicidade. São corretas? Não sei afirmar com certeza. Mas, estou convicto de que muito do que está escrito é verdadeiro. Não custa tentar ser felizes, não é? Busquemos....

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