Festas clandestinas: a raiz do problema

EDITORIAL -

Data 31/01/2021
Horário 04:15

Nesta semana, o jornal O Imparcial publicou uma reportagem que sinalizava o desespero dos proprietários de restaurantes. No “vai e vem” do Plano São Paulo, eles vivem um cenário inconstante, no qual precisam abrir seus negócios sabendo que, a qualquer momento, voltarão a fechá-los novamente. Em um ponto, um dos entrevistados pela reportagem afirma que o setor está sendo responsabilizado pela imprudência de quem organiza ou frequenta festas clandestinas, que são “as verdadeiras culpadas pelo aumento no número de casos de Covid-19”.

De fato, as festas e aglomerações são a maior preocupação deste período. Isso porque, enquanto elas continuarem ocorrendo, os índices da doença vão continuar crescendo e, com isso, todos os setores econômicos serão prejudicados com o “abre e fecha” do plano estadual. É preciso enrijecer a guarda e a fiscalização em cima desses eventos, principalmente punindo os responsáveis por sua realização.

Como forma de coibir essa prática, a Prefeitura de Prudente lançou, nesta semana, uma plataforma em que os munícipes podem fazer denúncias anônimas sobre festas clandestinas e aglomerações de forma online. Há quem ache que isso é uma forma de “dedurar o vizinho”, como nos tempos do nazismo, o que é uma comparação absurda, tendo em vista que essa denúncia é uma forma de impedir que vidas continuem sendo sacrificadas como resultado da irresponsabilidade de muitos.

É preciso denunciar, sim, festas e aglomerações. Este não é o momento oportuno para que as pessoas se reúnam e coloquem a coletividade em risco. Quando se trata da pandemia do novo coronavírus, as atitudes de um implicam em consequências para todo o grupo que o cerca. Não há justificativa plausível para ser egoísta neste momento.

E mais do que viabilizar um espaço para denúncias, o poder público precisa intensificar as ações de fiscalização para impedir que aglomerações ocorram. Nossa região precisa desesperadamente de mais leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas quaisquer equipamentos que chegarem daqui para frente também serão ocupados se não houver consciência e respeito por parte da população e mais controle pelas autoridades.

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