Fidel

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor do caracol e do caracal

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 18/09/2022
Horário 05:30

Fidel Castro ainda não era comunista quando chegou ao poder em 1959. O camarada Fidel era nacionalista e só depois é que se tornou comunista. Por incrível que pareça, Cuba se atirou nos braços da então União Soviética por falta de opção, se é que entendi direito depois de ler sobre o assunto.
Com a revolução consolidada, Fidel viajou aos Estados Unidos em busca de apoio ao seu governo. Conversou com o então vice-presidente Richard Nixon, mas este tratou o líder cubano com tanta frieza que acho que Fidel pegou um resfriado (há imagens da indiferença de Nixon, que o poeta Pablo Neruda chamava de Nixonicídio).
Fidel foi solenemente ignorado pelo governo americano. Che Guevara também queria o apoio de Washington. Durante uma conferência da OEA em Punta Del Leste, no Uruguai, Che Guevara, chefe da delegação cubana, tentou conversar com Robert Kennedy, irmão do presidente John Kennedy. Nada feito e depois reclamam porque Cuba se tornou comunista.
Depois disso, todo mundo sabe que bicho que deu nesse capítulo turbulento da história da humanidade. Por falar nisso, por verdadeiro milagre a humanidade não foi varrida do mapa durante a crise dos mísseis nucleares em Cuba, em outubro de 1962. Por pouco não eclodiu uma guerra nuclear entre EUA e União Soviética.
De um lado, radicalismo. Do outro lado, prepotência e sei lá quem estava com a razão. Razão? Os protagonistas dessa crise não primavam pelo bom senso ou pela razão.
Quem nos salvou da destruição total, onde só insetos sobreviveriam, foi um homem notável: Sua Santidade, o papa João 23. Ele puxou as orelhas de Fidel, John Kennedy e Nikita Kruschev. Pouca gente sabe disso.
Se não fosse a intervenção do líder católico não estaríamos mais neste mundo. Devemos a nossa sobrevivência ao papa João 23, o salvador da humanidade e isso não é exagero.
Como também não é exagero reconhecer as conquistas da revolução cubana na área social. Um povo precisa do básico e que diabo é o básico? Saúde, educação e moradia. Não há analfabetos em Cuba. A erradicação do analfabetismo começou logo após o triunfo da revolução.
Cuba é elogiada em todo o mundo por dispor de um ótimo sistema de saúde. Até o ator Alain Delon, direitista de carteirinha, foi se tratar em Cuba. Médicos cubanos combateram o Ebola na África com tanta eficiência que foram elogiados em um editorial do The New York Times.
Ao falar de Fidel, o jornalão americano, também no mesmo editorial, publicou: "Ele está absolutamente certo". Ah, e a liberdade em Cuba? Soube que as pessoas são vigiadas, mas onde não são?
 Nos Estados Unidos, o governo também bisbilhota os cidadãos com os mesmos métodos utilizados na antiga União Soviética. Milhões de e-mails, mensagens e telefonemas internacionais são monitorados na terra do Tio Sam (cuidado quando "ocê, zifio", ligar pra lá).
Em Cuba, todo mundo tem arma em casa. Para quê? Para afugentar ladrões? Não. É para ajudar as Forças Armadas a defender o país em caso de invasão estrangeira.
Um site publicou a ficha de Fidel e, no quesito profissão, escreveu "revolucionário". Não sabia da existência dessa profissão. Era só o que faltava. Qual é a sua profissão? Revolucionário, escreva aí.
Cubanos de Miami comemoraram a morte de Fidel, o que não é novidade. Quando mataram o presidente Kennedy também houve comemorações no sul dos EUA. Teve gente que atirou pro alto.
Não devemos comemorar a morte de ninguém. A morte nos iguala a todos e, quando vamos embora deste insensato mundo, a decisão cabe a Deus, que julga justos e injustos.

DROPS de Fidel Castro

Ele (Jesus Cristo) foi o primeiro comunista. Repartiu o pão, repartiu os peixes e transformou a água em vinho.

Quem trai o pobre, trai a Cristo.

O mundo do futuro tem de ser comum para todos.

Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, nenhuma delas é cubana.

Somos o único país do mundo com atletas amadores, e não com mercenários.

Vai construir ou reformar? Casa das Tintas, a loja do Elcio, tem as melhores tintas. Entregas em domicílio. Fones: 3907-7500 e 99132-0716. Av. Ana Jacinta, 1.663.
 

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