Fiéis da Mãe da Igreja vivenciam jejum sugerido pela Paróquia

Programação diferenciada sugere aos católicos ações semanais de penitências e práticas de misericórdia, a serem vivenciadas em família durante a Quaresma

VARIEDADES - MELLINA DOMINATO

Data 18/02/2024
Horário 07:15
Foto: Cedida
Padre Éverton: “Quaresma é um tempo de penitência e conversão mais intensos na vida do católico”
Padre Éverton: “Quaresma é um tempo de penitência e conversão mais intensos na vida do católico”

A Igreja Católica incentiva e convida seus fiéis, anualmente, à prática dos exercícios quaresmais, da oração, da caridade, através da esmola, e da penitência, por meio do jejum, com o intuito de prepará-los para uma melhor vivência da celebração da Páscoa. Tradição cristã, especialmente neste tempo especial da Quaresma, o jejum, que serve como uma crítica aos excessos de uma sociedade de consumo, também significa abstinência de comida, mas inclui outras formas de privação para uma vida mais sóbria, aponta a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Desta forma, a Paróquia Mãe da Igreja, em Presidente Prudente, promove, desde a Quarta-feira de Cinzas até o dia 23 de março, uma programação diferenciada sugere aos católicos ações semanais de penitências e práticas de misericórdia, a serem vivenciadas em família.
O pároco da Mãe da Igreja e coordenador diocesano de pastoral, padre Everton Aparecido da Silva, explica que foram recomendadas aos fiéis as seguintes penitências e práticas de misericórdia, a serem promovidas por períodos de sete dias, durante toda a Quaresma. Para esta primeira semana, a sugestão de penitência é não comer doces e, de prática de misericórdia, jejuar de palavras e atitudes que ferem ao outro. Para os sete dias seguintes: não tomar bebidas alcóolicas e lembrar ao outro o quando você o ama. Na terceira semana: não comer carne e ouvir em silêncio, sem julgar. Nos sete dias seguintes: não beber café ou chá e limpar sempre o que sujou em casa. Por fim, na quinta semana do período quaresmal: não beber refrigerantes, sucos ou derivados, e praticar a caridade com os menos favorecidos.
“A quaresma é um tempo de penitência e conversão mais intensos na vida do católico. Representa o tempo especial para se exercitar na mortificação corporal - especialmente através da abstinência e do jejum - na prática mais intensa da oração e da caridade, particularmente através das esmolas”, expõe o pároco, sobre o período de 40 dias que antecede a Semana Santa, que será de 24 até 31 de março. “Junte-se a nós nesta preparação espiritual para celebrar o amor de Jesus Cristo entregue na cruz. Confira as práticas de misericórdia e renúncias e fortaleça sua vida. Não se esqueça que os frutos das penitências quaresmais devem ser transformados em gestos concretos de solidariedade”, convida.
Frequentadora da Mãe da Igreja, Alice Christina Vaz Ibanhes de Lima Brito, 56 anos, conta que sua família faz jejum de carne vermelha nas sextas-feiras. “E seguimos a proposta dada pelo padre Éverton, que disse na missa o que pode ser feito na semana”, explica a religiosa, sobre como mantém a tradição.

Obrigação cristã
A Comunidade Católica Shalom, apresentada à reportagem pelo padre Éverton, indica que são chamadas ao jejum as pessoas que possuem entre 18 e 59 anos completos. “Os demais podem fazer, mas sem obrigação. Grávidas e doentes estão dispensados, bem como aqueles que desenvolvem árduo trabalho braçal ou intelectual no dia. Essa orientação vale para a Quarta-feira de Cinzas, para as demais sextas-feiras da Quaresma e para a Sexta-feira da Paixão”, destaca a associação.
Frisa que água e remédios são permitidos em qualquer tipo de jejum, dentro e fora do período quaresmal. “Para não se fugir à orientação da Igreja, este jejum pode ser tornado mais rigoroso, mas não atenuado. Pode-se, caso sirva para vivê-lo melhor, fazer outros tipos de jejum conhecidos, como: de pão e água, à base de líquidos ou jejum completo”, cita.
A comunidade ainda fala sobre a abstinência, obrigatória nas datas mencionadas a todos que já tiverem completado 14 anos. “Tal obrigação se prolonga por toda a vida. Além disso, grávidas que necessitem de maior nutrição e doentes que, por conselho médico, precisam comer carne, estão dispensados da abstinência, bem como os pobres que recebem carne por esmola”, esclarece. “Deve-se deixar de comer carnes de animais de sangue quente – bovina (gado), ovina (carneiro), aviária (frango, galeto, galinha), bubalina –, bem como seus caldos de carnes. Permite-se o uso de ovos, laticínios e gordura. Nos dias prescritos, o jejum feito, ou que se esteja fazendo, não desobriga a abstinência durante todo o dia”, finaliza.

 

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