Finados

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista recomendado pela ONU

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 02/11/2021
Horário 05:30

Chico Xavier não gostava da palavra finados até porque, na visão espírita, a vida continua depois que batemos as botas e outros calçados. Ou passamos desta para melhor, conforme diz a sabedoria popular. O termo finados quer dizer fim, exceto para o espiritismo e, convém lembrar,  também para o budismo e outras religiões orientais.
Em suma: somos eternos e estamos neste mundo de passagem. Somos todos espíritos encarnados ou desencarnados, a julgar pelo que garantem os espíritas e os budistas. Quem sou eu para duvidar deles?
Uma coisa é certa: a morte nos iguala. Chega um dia em que todos cumprem aqui a sua missão e vão embora deste mundo doido e doído. Para onde vamos eu não sei. É um assunto fascinante pelo qual a humanidade sempre teve curiosidade, ou seja, se existe vida após a morte.
Falei que a morte nos iguala e, por falar nisso, jamais deseje a morte de alguém, mesmo que seja seu inimigo figadal. Tal desejo é uma monstruosidade sinistra. Maldade pura e cristalina. Oremos por todos e que, após a partida, todos entrem no paraíso.
Aliás, já dizia o poeta Alvarenga Peixoto: "Procure ser feliz na eternidade, porque a vida são breves momentos". Perfeito! Também poeta, Carlos Drummond de Andrade dizia sobre finados: "Os mortos estão enterrados dentro de nós, no esquecimento ou na lembrança". 
Bela também é a observação do ator Paulo Goulart: "A vida é um eterno aprendizado, aqui embaixo e lá em cima". Também perfeito. Escrevo uma obviedade: a morte é inevitável e o homem é o único animal que sabe que vai morrer. Será?
Lembro de dois humoristas que tiveram reações, digamos, hilárias quando a Velha da Foice se aproximou deles. "Vira o rosto pro outro lado porque não quero ver mulher me olhando quando estou morrendo", recomendou o Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, à sua empregada doméstica. Foi atendido.
Já o Art Buchwald, humorista americano, simplesmente disse o seguinte: "Nunca pensei que morrer fosse tão divertido". Por que ele disse isso num momento tão doloroso? Quem é que sabe? Certamente viu algo deslumbrante na cama do hospital e partiu tranquilo fazendo graça.
No arremate, lembro o poeta inglês John Donne: "A morte de cada pessoa me diminui, porque faço parte da humanidade. Por isso, nunca pergunte por quem os sinos dobram. Os sinos dobram por mim". Mais não disse nem lhe foi perguntado.

DROPS

Desta vez, em Roma, parece que houve a reunião do G-19 e não do G-20.

É como diz a cozinheira: "Alho por alho, dente por dente".

Será que quase tudo já foi pro vinagre e outros condimentos?

Se você não consegue um lugar ao sol, que queima pra cachorro, tente conseguir um lugar à Lula.

W Auto Mecânica, a oficina do Wladimir.
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