Força-tarefa vistoria ESF do Guanabara

“Condições precárias da edificação" que abriga unidade de saúde, em Prudente, preocupa MPE, MPF e Defensoria Pública

PRUDENTE - Oslaine Silva

Data 24/07/2014
Horário 07:57
 

As "condições precárias da edificação" que abriga a ESF (Estratégia da Saúde Familiar) do jardim Guanabara, em Presidente Prudente, preocupa o MPE (Ministério Público do Estado), MPF (Ministério Público Federal) e Defensoria Pública do Estado de São Paulo, - que juntos vêm vistoriando e analisando a estrutura oferecida aos usuários. A força-tarefa para levantar a problemática em outras localidades iniciou após os órgãos considerarem as reclamações da população, já ouvida nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) dos jardins Santana e Guanabara. Os representantes do MPE e Defensoria Pública, Mário Coimbra e Matheus Assad João, respectivamente, constataram a necessidade de um novo prédio, após a visita durante toda a manhã de ontem, na ESF, analisando de modo geral os serviços da unidade, inclusive, prontuários médicos. 

Jornal O Imparcial Coimbra e Matheus João visitaram a ESF do Guanabara, ontem

Segundo o promotor Mário Coimbra, avaliando todo o contexto exposto pela coordenadora do programa, Gisele Mariotini Orrigo, e a apoiadora institucional, Adriana Gomes Vitório Santos, a conclusão da fiscalização foi "positiva, diante das críticas recebidas". "Confesso que fiquei chocado com o que ouvi de muitas pessoas. Mas percebemos que a dificuldade é apenas de estrutura física. Isso porque a prefeitura não consegue um terreno para construir uma sede própria", ressalta Coimbra.

O promotor expõe que a preocupação se deu pelos apontamentos de que havia "recusa dos servidores na distribuição de medicamentos, de visitas em domicílio, de migração para atendimento na UBS", entre outros. "Sempre vi o programa como o carro-chefe do SUS , porque tem uma abordagem diferenciada de atendimento, com a proximidade e intimidade que promove entre pacientes, agentes de saúde e médicos", destaca.

Em relação a uma nova instalação, a coordenadora do programa expõe aos representantes que a ideia é assim que a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ficar pronta, utilizar um espaço da unidade de saúde do Guanabara, que é destinado ao PA (pronto atendimento). "O que dificulta bastante o nosso trabalho são duas portas abertas. Inevitavelmente acaba ocorrendo uma superposição. E o paciente tem a liberdade de escolher. Ele que busca exames, especialidades e remédios", frisa.

"Enquanto isso estaremos em reuniões com a coordenação e a Secretaria Municipal de Saúde para buscar a melhor forma de não prejudicar a população que utiliza os serviços da unidade", reforça o promotor.

 

Trabalho diferenciado


Orrigo menciona que muitas vezes as reclamações dos pacientes se dão porque desejam das ESFs, o imediatismo de atendimento das UBSs, porém, ela é enfática ao dizer que a diferença está exatamente nesse ponto. "A ESF permite aos profissionais dar mais atenção ao paciente. É sem dúvida um modelo resolutivo, pois busca todos os problemas que uma família pode ter. Como os agentes vão até às residências, conseguem observar o problema de saúde, além do mencionado. Enfim, existe um contato direto mais íntimo", observa.

A coordenadora destaca que a ESF do bairro cobre uma área de abrangência com cerca de 4.000 pessoas, que são atendidas por sete agentes, que realizam de 12 a 15 visitas por dia, e uma vez ao mês, em um sábado, retornam às residências em que os moradores não foram encontrados. Conta ainda com os serviços de uma enfermeira, um médico generalista, ou seja, apto para todas as necessidades, atendente, e uma funcionária de serviços gerais.

Vale pontuar que no local a população ainda é beneficiada com serviços preventivos e educativos, trabalhos em grupo com caminhada, terapia ocupacional, entre outros.

 

No município


Ao todo são 17 equipes no município, contando com os distritos de Ameliópolis, Eneida, Floresta do Sul e Montalvão, que recebem ainda o apoio das 13 UBSs e, também de dois Nafs (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), inclusive, com capacitação gratuita dos agentes.

De acordo com a coordenadora, a cobertura populacional do programa, hoje, é de 24,6%. No entanto, segundo ela, com os novos projetos já aprovados, o atendimento atingirá os 35%. As unidades confirmadas, além do Maré Mansa, que já está em andamento, são: jardins Bela Vista, Leonor e Maracanã, residencial João Domingos, parque Furquim e vila Marcondes (duas equipes).

"Temos todas as condições de referenciar a unidade como um PSF , como estamos fazendo na zona leste. Agora daremos continuidade aos estudos de reformulações nas outras áreas de abrangência", conclui a coordenadora.

 

Próxima vistoria


Como a unidade citada como modelo pela coordenação foi o PSF do jardim São Pedro, que fica na rua Pascoal Ciambroni, 195, ao lado da Tancredo Neves, ela foi a escolhida para a próxima visita dos órgãos. A ação será na quarta-feira da semana que vem.

Nesta região da zona leste, o programa está atuante com o PSE (Programa de Saúde nas Escolas), onde os agentes passam nas unidades de ensino fazendo uma triagem.
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