Fraternidade contra a fome (4)

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 19/03/2023
Horário 05:00

A Campanha da Fraternidade (CF) 2023 — “Fraternidade e fome”; “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16) — é “um instrumento de comunhão eclesial, de formação das consciências e do comportamento cristão e de edificação de uma verdadeira fraternidade cristã entre os brasileiros” (texto-base, n. 173). A CF 2023, à luz do compromisso de cada cristão com as obras de misericórdia, faz um amplo chamado para que se reverta o flagelo da fome no Brasil propondo ações nos âmbitos pessoal, comunitário e sociopolítico para o combate à fome no Brasil.
Hoje, a pergunta que se impõe é “o que a sociedade pode fazer e cobrar dos que governam?” (n. 168). As respostas-pistas são: despertar em todos o desejo de estancar a continuidade da miséria e da fome; ouvir os pobres e famintos; Promover ações de voluntariado no campo da assistência social; realizar pesquisas que levem à produção e comercialização de alimentos sadios, mais baratos e abundantes para a mesa do pobre; fiscalizar a aplicação do orçamento público, especialmente no que tange à ação social; organizar grupos de orientação e educação alimentar, economia doméstica, horta em casa etc., que ofereçam dicas práticas sobre como conservar alimentos, prepará-los mantendo seu valor nutricional e comprá-los sem gastar muito; promover audiências públicas que discutam a situação da fome, suas causas e consequências e como solucioná-la; desenvolver atividades interdisciplinares nas escolas sobre o tema da fome;
• Cobrar as três esferas de governo – municipal, estadual e federal – para que: implementem políticas públicas eficazes para a erradicação da fome; invistam na alimentação escolar saudável; incentivem a produção diversificada de alimentos na agricultura familiar; estimulem o pequeno produtor e o pequeno comércio; • Especificamente do governo federal, cobrar que: retome programas de aquisição de alimentos e os estoques públicos reguladores e estratégicos; crie uma agência nacional que regule a alimentação, para garantir que seja saudável; garanta uma política de preços para que a cesta básica seja acessível a todos; realize uma reforma do sistema tributário nacional que não pese sobre os mais pobres; corrija o valor per capita repassado pelo Fundo Nacional de Educação para os municípios, a fim de ampliar a capacidade das escolas de prover a alimentação escolar e assegurar uma melhor qualidade dos alimentos adquiridos.
Talvez não faltem “pão” nem “peixe”, senão somente o milagre do amor (solidariedade e partilha) para acabar com tanta fome e tanta dor.
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!
 

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