Futuro de incertezas

OPINIÃO - Danielle Santos

Data 22/06/2023
Horário 04:30

A realidade nos leva a observar que os conteúdos curriculares obrigatórios e homogeneizadores, presentes nos diversos sistemas educativos e em qualquer nível, infelizmente, pouco contemplam das vivências dos jovens no mundo atual. A urgência em pensar um novo conceito de educação para a sociedade atual é imensa. 
Mais do que isso, exercer uma formação disruptiva, romper com alguns paradigmas e buscar o novo, é o que tem se revelado mais adequado para os nossos tempos. Fato é que os jovens estão com dificuldades para entender as perspectivas de futuro e mais do que isso, valorizar a educação continuada. 
Se há 30 anos era visto como uma grande conquista familiar ter um jovem ingressando na universidade, hoje se tornou quase que uma saga convencê-lo a valorizar a sua formação escolar. As inúmeras dificuldades enfrentadas por um jovem ao longo da formação básica, somadas a uma visão equivocada e “glamourizada” de experiências profissionais que não demandam de educação formal, tem gerado neles certa aversão aos estudos. 
Gerar um conceito novo de formação baseada nos estudantes e efetivamente inclusiva é essencial. Devemos não só oferecer uma ampla gama de opções de programas sociais, como também o desenho de redes de aprendizagem que proporcionem aos nossos jovens um espaço que vá além da programação estruturada, de maneira que sejam criadas oportunidades para explorem suas paixões com o apoio de seus colegas e professores. 
Existe hoje mais conectividade e acesso a recursos do que nunca, então por que não desenvolver novas práticas e ferramentas para apoiar os jovens em formas que os auxiliem a administrar as suas oportunidades de aprendizagem? Se tudo é rápido e imediato, comecemos a fazer isso nas escolas. 
As escolas tendem a focar nos seus pontos fracos, ao invés de seus pontos fortes. Também focam muito ainda na propagação de conteúdo. Nossas escolas e instituições de educação têm deixado de promover o amor pela aprendizagem e motivação dos estudantes a aprenderem por si mesmos. Outro problema é insistir em currículos por etapas. Ao quebrar o conhecimento em etapas, a educação fica apartada da realidade. 
A nossa vida não é guiada por temas/caixinhas, nenhum trabalho e nenhuma função social é separada em temas, mas quase todos os programas educativos são quebrados em caixinhas, o que deixa de fazer sentido para o jovem, imerso em um mundo digital e hiperconectado. 
Resolver problemas é um grande desafio. As gerações anteriores se acostumaram a resolver os problemas pelos seus filhos (dada as suas vivências anteriores). Logo, os jovens têm mesmo muitas dificuldades para entender que aprender é resolver problemas. Por isso, condutas chave como interação, retroalimentação e reflexão devem ser estimuladas diariamente, processualmente. 
Como líderes de referência, as instituições formadoras de excelência promovem um diálogo aberto e democrático entre os membros de um grupo, têm a mente aberta, incorporam a diversidade. Tudo isso é muito complexo e sensível. A nossa insistência deve ser em aprender como aprender melhor e mais rápido, como indivíduos e junto com os jovens.
 

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