Glaucoma: como prevenir e tratar a principal causa de cegueira permanente

Doença costuma chegar em silêncio e, quando os sintomas se tornam evidentes, danos já são irreversíveis

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 27/05/2025
Horário 17:57
Foto: Cedida
Bruno reforça que “a principal recomendação é manter uma rotina regular de consultas com o oftalmologista, mesmo que não haja sintomas aparentes
Bruno reforça que “a principal recomendação é manter uma rotina regular de consultas com o oftalmologista, mesmo que não haja sintomas aparentes

Ele é um “ladrão silencioso da visão” e, muitas vezes, quando percebido, os danos já são irreversíveis. O glaucoma é uma doença crônica e progressiva que afeta o nervo óptico, que é a estrutura responsável por transmitir as imagens captadas pelos olhos até o cérebro. Na maioria dos casos, a doença está relacionada ao aumento da pressão intraocular, comprometendo as fibras nervosas ao longo do tempo. Para ajudar você a combater o glaucoma, a Unimed Presidente Prudente compartilha algumas orientações.
Conforme o oftalmologista especialista em glaucoma e cooperado da Unimed Prudente, Bruno Novaes Azevedo, o glaucoma não causa sintomas nas fases iniciais, torna o diagnóstico desafiador. “Por isso, muitas pessoas descobrem a doença apenas quando já houve perda significativa do campo visual e, infelizmente, os danos causados são irreversíveis. Por essa razão, o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento oftalmológico regular”, destaca.
O oftalmologista explica que a perda visual começa pelas bordas do campo de visão e avança progressivamente. “Quando os sintomas se tornam evidentes, como visão em túnel ou dificuldade para enxergar em ambientes com pouca luz, os danos já são irreversíveis”, reforça.
 
Tipos de Glaucoma
O especialista conta que o glaucoma pode se apresentar de diferentes formas que variam quanto à causa, idade de início e características clínicas. São elas:
Glaucoma de Ângulo Aberto: É o tipo mais comum. A pressão intraocular aumenta de forma lenta e progressiva, geralmente sem sintomas. Costuma afetar adultos acima dos 40 anos.
Glaucoma de Ângulo Fechado: Menos frequente, mas mais agressivo. Causa aumento súbito da pressão intraocular, com sintomas como dor ocular intensa, olhos vermelhos, náuseas e visão turva. Exige atendimento imediato.
Glaucoma de Pressão Normal: Ocorre mesmo quando a pressão intraocular está dentro dos níveis considerados normais. Ainda assim, há dano ao nervo óptico.
Glaucoma Congênito: Está presente desde o nascimento. Sinais de alerta incluem olhos maiores que o normal, lacrimejamento constante e sensibilidade exagerada à luz.
Glaucoma Juvenil: Inicia-se na infância ou adolescência e pode estar associado a alterações genéticas.
Glaucoma Secundário: Resulta de outras doenças ou condições oculares, como inflamações, traumas, cirurgias oculares ou uso prolongado de corticoides.

Fatores de Risco
Assim como outras doenças, o glaucoma pode ser mais facilmente desenvolvido em alguns grupos de pessoas. De acordo com o oftalmologista cooperado da Unimed, os principais fatores de risco incluem:
Idade acima de 45 anos
Histórico familiar da doença
Diabetes
Hipertensão arterial
Trauma ocular
Uso prolongado de corticoides (em colírios, comprimidos ou pomadas)
Etnia negra (maior risco para glaucoma de ângulo aberto)
Etnia asiática (maior risco para glaucoma de ângulo fechado)

Prevenção e Tratamento
A única forma de evitar a perda visual irreversível causada pelo glaucoma é com diagnóstico precoce e controle adequado da pressão ocular, conforme salienta o especialista. “Quanto mais cedo for detectada a doença, maiores são as chances de preservar a visão. Por isso, a prevenção por meio de exames oftalmológicos regulares é fundamental, especialmente para pessoas com fatores de risco”, destaca.
Para ter um diagnóstico, é necessária uma avaliação oftalmológica completa. Alguns exames fundamentais para identificar a doença incluem: Medição da pressão intraocular (tonometria); Avaliação do nervo óptico através do exame de fundo de olho; Campo visual; e Tomografia de coerência óptica (OCT). “Esses exames são importantes mesmo na ausência de sintomas. Por isso, consultas oftalmológicas periódicas são essenciais para a detecção precoce da doença”, enfatiza.
Uma vez diagnosticado o glaucoma, é preciso iniciar o tratamento para controlar a pressão intraocular e evitar a progressão da perda visual. As opções incluem:
Colírios de uso diário (para reduzir a produção ou aumentar a drenagem do humor aquoso);
Laser (trabeculoplastia ou iridotomia, dependendo do tipo de glaucoma);
Cirurgias (como a trabeculectomia ou implante de dispositivos de drenagem) nos casos em que o controle com colírios ou laser não é suficiente.
O tratamento deve ser contínuo e monitorado regularmente pelo oftalmologista.
Por fim, Bruno reforça que “a principal recomendação é manter uma rotina regular de consultas com o oftalmologista, mesmo que não haja sintomas aparentes. Cuidar da saúde ocular envolve também o controle de doenças sistêmicas como diabetes e hipertensão, evitar automedicação, e estar atento ao histórico familiar. A prevenção ainda é o melhor caminho para proteger a visão”.

 

Publicidade

Veja também