Grupo reúne 1,6 mil assinaturas contra eleitos em Pirapozinho

Manifestantes protocolaram ofício no Fórum da cidade, pedindo providências contra o prefeito e o vice, que venceram em outubro; protesto realizado ontem contou com cerca de 100 pessoas

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 29/11/2016
Horário 07:03


Um abaixo-assinado com cerca de 1,6 mil assinaturas foi protocolado, ontem, no Fórum de Pirapozinho, durante uma manifestação que reuniu cerca de 100 pessoas em frente ao órgão. Segundo um dos organizadores do protesto, Nélio Berbert Braghin, junto ao documento, destinado ao juiz eleitoral Francisco José Dias Gomes, e ao promotor de Justiça, Marcelo da Silva Martins Pinto Gonçalves, foi protocolado um ofício que pede agilidade na investigação contra o prefeito reeleito Orlando Padovan (DEM) e seu vice Antônio Carlos Colnago (PSB), acusados da prática de condutas ilegais durante a campanha eleitoral deste ano.

Jornal O Imparcial Nélio Braghin é um dos organizadores que recolheu assinaturas

Com faixas em mãos e um varal com camisetas vermelhas estendidas, o grupo se manifestou em silêncio com o intuito de reforçar o que já foi pedido em outras duas mobilizações: "que seja feita a justiça". "Apoiamos todo o trabalho desenvolvido pelo MPE e pela Polícia Civil. Queremos novas eleições aqui em Pirapozinho e isso agora depende da Justiça, que deve ouvir a comunidade, que só pede uma solução", declara Nélio.

Na sexta-feira, como noticiado neste diário, o MPE requereu à Justiça a realização de novas eleições no município baseado nas acusações envolvendo o prefeito e o vice, os quais, no início de novembro, foram citados pela coligação "Juntos Somos mais Fortes" (PSDB, PPS, PP, PR, PROS e PSL) em uma Aije (ação de investigação judicial eleitoral). Na ação, os partidos afirmam que os políticos supostamente realizaram condutas ilegais, como distribuição de camisetas vermelhas, compra de votos e distribuição de bebidas e comida, caracterizando crime de abuso de poder econômico durante a campanha. Padovan foi reeleito em outubro com 6.507 votos, ou seja, 43,07% dos válidos, na coligação "Para a Nossa Cidade Crescer Ainda Mais" (DEM, PSB, PDT, PTB, PMDB, PSDC, PRP e PSD).

Ainda em outubro, após a eleição, a Polícia Civil, em conjunto com o MPE, realizou buscas em nove imóveis, desde residências a estabelecimentos comerciais, dos políticos acusados, sendo que as camisetas vermelhas que teriam sido distribuídas pela chapa foram encontradas em diversos locais.

 

Defesa


O advogado de defesa de Padovan e Antônio Carlos, Luiz Carlos Lima de Jesus, diz que a Aije contra seus clientes foi proposta por uma das coligações derrotadas no pleito. "Não há qualquer prova em relação aos meus clientes. As acusações são baseadas em testemunhos de pessoas ligadas à coligação que entrou com a ação, sendo que a manifestação é livre e assegurada pela Constituição Federal", diz. "Além disso, qualquer das partes, autor ou requeridos, terão direito de recurso. Estamos seguindo o rito processual e a próxima etapa é aguardar a sentença", finaliza.

 
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