Inclusivo e para todos, esporte paralímpico transforma a vida de deficientes

EDITORIAL -

Data 11/08/2021
Horário 04:15

Após quase 20 dias de competição, com madrugadas eletrizantes e conquistas inesperadas, chegaram ao fim no último domingo, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. No total, 13 modalidades diferentes medalharam para o Brasil, que conquistou, nesta edição, 21 pódios. A delegação conquistou exatamente a mesma quantidade de ouros e pratas que na Rio-2016 (sete e seis, respectivamente), mas obteve desta vez dois bronzes a mais (oito a seis). No quadro de medalhas, aparecemos em 12º lugar, a melhor classificação do país na história das Olimpíadas. Vimos atletas chorarem de emoção, novas modalidades conquistarem público e serem exaltadas. Sorrimos, lamentamos, torcemos, vibramos...
E continuamos no clima. No próximo dia 24, tem início a Paralimpíada de Tóquio. Algumas seleções brasileiras, conforme noticiado em O Imparcial, já se encontram por lá. Outros integrantes da delegação viajam nos próximos dias. Amanhã, por exemplo, será a vez das equipes de parabadminton e paracanoagem. Entre os dias 17 e 25, partem os grupos de ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, hipismo, maratona, triatlo, tiro esportivo e parataekwondo.
O Brasil será representado por 256 atletas (incluindo aqueles sem deficiência, como os guias do atletismo e do ciclismo, os calheiros da bocha, os goleiros do futebol de 5 e o timoneiro do remo) e 431 pessoas ao todo, considerando as comissões técnicas, médica e administrativa. 
Entre os nomes da região que integrarão o evento, podemos citar a velocista prudentina, Jerusa Geber dos Santos (classe T11 de cegos totais) que, juntamente com seu guia, Gabriel dos Santos Garcia, já se encontra no Japão, e disputará as provas de 100 e 200 metros. Durante suas participações nos jogos, a paratleta já conquistou medalha de bronze nos 200 metros em Pequim 2008 e prata nos 100 e 200 metros, em Londres 2012. Sem dúvida alguma, um orgulho para a cidade. 
Mas é preciso lembrar que, mais importante ainda que os pódios – uma consequência de tanto treino, dedicação e amor pelo que faz -, são os benefícios que o incentivo e a prática do esporte paralímpico têm ocasionado na vida dessas pessoas com deficiência... na busca pela superação! É algo que melhora a autoestima, a autoconfiança e a capacidade motora do atleta. Eles descobrem que são muito mais capazes do que pensam. Inclusive de representar o país mundo afora.
Esbarramos ainda, infelizmente, na falta de visibilidade, de incentivo, de apoio. Hoje ainda há quem desconheça o esporte paralímpico. Ou não dê a ele seu devido valor.
Na tentativa de reverter este cenário, uma solenidade, no Centro Cultural Matarazzo, na segunda-feira, formalizou um convênio entre municípios da região e o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), para capacitar profissionais de educação física para o incentivo à procura e prática pelo esporte paralímpico. Uma possibilidade de inclusão... De quem desconhece ter acesso, de ajudar a divulgar e conquistar novos adeptos, de contribuir para diminuir o preconceito... De lutarmos por um esporte inclusivo e para todos! Com certeza talentos não vão faltar! Às vezes, o que falta, é apenas descobri-los...

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